ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO NOSSO PROFESSOR DA CLASSE DOS SENHORE O IRMÃO FLÁVIO JOSÉ
INTRODUÇÃO
Sabemos que os profetas são
homens de Deus que dedicaram suas vidas
a palavra do próprio Deus, alguns deram a suas vidas em pro desta missão. Temos
a convicção de que estes homens de Deus escreveram a verdade de Deus inspirados
pelo seu Santo Espírito. Embora os dezessete
livros proféticos do
Antigo Testamento sejam
o “continente obscuro da
Escritura”, as pessoas
têm ainda menor
familiaridade com os doze profetas
menores como um todo do que com os cinco profetas maiores. Estes doze
livros se tornaram conhecidos como Profetas Menores no final do quarto século
d.C., não porque foram considerados menos importantes ou menos
inspirados, mas porque
são geralmente menores
do que os
cinco Profetas Maiores, especialmente os
livros de Isaías
e Jeremias. Suas mensagens são mais sucintas do que as
dos Profetas Maiores, mas igualmente poderosas.
Antes do tempo
de Cristo, estes doze
livros foram reunidos
em um só
rolo, coletivamente conhecidos como
“Os Doze”. Sua extensão combinada (sessenta e
sete capítulos) é
aproximadamente igual à
de Isaías. A única importância cronológica da ordem dos
Profetas Menores na Bíblia portuguesa é que os seis primeiros foram escritos
antes dos seis últimos.
Os Profetas
Menores, de Obadias
a Malaquias, cobrem
quatro séculos de história através dos Impérios Assírio,
Babilônico e Persa. Três foram profetas do reino do norte (Jonas, Amós, Oséias).
Seis foram profetas do Reino do Sul (Obadias, Joel, Miquéias, Naum, Sofonias e
Habacuque). Embora todos os profetas
menores sejam nomeados, muito pouco se conhece da maioria deles. Seus
antecedentes e personalidades são completamente diversos, mas os
quatro temas proféticos básicos se encontram em todos eles.
Disposição de acordo com a
cronologia
Embora os Profetas
Maiores estejam dispostos em ordem
cronológica, os Menores não
têm essa disposição.
Não há acordo entre os comentadores (talmúdicos ou modernos) quanto ao
verdadeiro objetivo da ordem canônica. Os primeiros seis são cronologicamente
anteriores aos últimos seis,
e estes últimos estão em ordem
cronológica. Mas a ordem dos primeiros seis é um enigma, exceto pelo fato de que
todos eles tratam
do período anterior
ao cativeiro do norte. Oséias pode ter sido posto em primeiro lugar
devido ao seu comprimento, mas a disposição dos outros nada tem que a ver com
tamanho.
Disposição de acordo com tema
fundamental
Entre
cronologia e estilo, este último tem geralmente primazia (por exemplo, Epístolas do Novo Testamento),
especialmente para os hebreus que tinham um conhecimento profundo da sua
história pelos Livros Históricos. Era o povo da aliança e o tema
aliança aparecia em
larga escala em
toda a sua
literatura. Poderemos deduzir que
a ordem dos livros
seja motivada pela
ênfase do caráter divino e pelo
tema da aliança.
Quanto ao
período abrangido, os Profetas Menores podem ser considerados a partir da
seguinte divisão: 1. Pré-Exílicos:
(referindo-se ao Exílio a Babilônia): Oséias (Os 1:1); Joel (nenhuma data
aparece no livro, e estudiosos o classificam tanto com pré e pós-exílico. Aqui,
o classificamos como pré-exílico, seguindo a opinião mais conservadora); Amós
(Am 1:1); Obadias (nenhuma evidência específica é dada a respeito da data neste
livro, mas estudiosos como Dr. Constable[1], tendem a classificá-lo entre os
pré-exílicos); Jonas (2 Reis 14:25); Miquéias (Mq 1:1; Jr 26:18); Naum (escrito
antes da destruição de Níneve em 612 A.C; Tebes, mencionado in 3:8’10, caiu em
664 A.C., portanto deve ter sido escrito entre 664-612 A.C); Habacuque (Hb
1:6); Sofonias (1:1); 2. Pós-Exílicos:
Haggai (Ag 1:1); Zacarias (Zc 1:1); Malaquias (Em 1:8, encontramos um termo,
pehâ, governador, que aponta para o período persa, não somente a palavra, mas
também o fato de que em Jerusalém há um governador; além do templo, que já está
construído; tudo isso indica o período pós-exílico.
Observar a quem
foram estas profecias endereçadas ajuda-nos a entender um pouco da mensagem
desses profetas. Há três tipos de destinatários para os profetas menores:
1. O Reino de Judá.
Há quatro profetas menores que especificamente dirigiram sua mensagem ao reino
de Judá e que pregaram neste contexto: Joel anuncia o juízo de Deus através do
Império Babilônico, simbolizado numa praga de gafanhotos; Miquéias era contemporâneo
de Isaías e sua mensagem antevia a destruição de Jerusalém; Habacuque escreveu
a respeito do domínio dos babilônios sobre Judá. Sofonias, ainda que também
prega às nações, porque estas compartilharão a destruição que Judá e Israel
sofrerão, debaixo dos impérios assírio e babilônico.
2. O Reino de
Israel: Amós, embora originário do reino de Judá, pregou ao reino de
Israel. Em seu livro uma há grande preocupação com a justiça social e é o
primeiro a se referir ao “Dia do Senhor”, que preanuncia o juízo de Judá e
Israel através de impérios gentios; Oséias revela a mensagem de Deus através
dos infortúnios de seu casamento(s), teria sido ordenado por Deus a casar-se
com uma prostituta para simbolizar a infidelidade da nação de Israel -- cuja
destruição é iminente.
3. A Comunidade Judia Pós-Exílica. Três profetas
pregaram aos que retornaram a terra de Israel: Ageu, ainda que se referiu à
queda dos reinos em poder, sua principal mensagem ao povo foi a exortação para
reconstruir o templo; Zacarias está interessado em levantar o ânimo da
comunidade, lembrando-os dos erros dos pais e apontando-lhes um futuro
glorioso; Malaquias tem sua mensagem lidando com o relaxo religioso que os
israelitas estavam vivendo, pouco tempo depois de terem voltado do Exílio.
CONCLUSÃO
Nos vamos
tratar com mais detalhes as questões de todos os profetas menores, e espero que
possamos tirar muito proveito tanto quanto tiramos de qualquer outro livro da
bíblia Sagrada. Diante disso, o trabalho
desenvolvido pelos autores vem contribuir para tornar acessível ao leitor essa
mensagem tão importante para os dias de hoje, através de “um estudo panorâmico
de cada um desses doze livros especiais, examinando o contexto histórico de
cada profeta, o propósito de suas mensagens e a aplicação delas para os nossos
dias e para a nossa vida”. Indico a leitura dessa obra, tão oportuna, e que
certamente servira para despertar em todos os seus leitores um maior interesse
não apenas em conhecer a mensagem dos Profetas Menores, mas de principalmente
viver os valores espirituais, éticos e morais de origem divina por eles
expressos.
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