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LIÇÃO 7ª- MIQUEIAS, A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA


A irmão Manassés por causa de compromissos de última hora não pôde publicar o comentário desta lição. Eu fiquei com a incumbência de substituí-lo. Peço humildemente desculpas a todos os irmãos, leitores deste blog, por está postando somente agora o comentário da lição, alguns compromissos também e contratempos impediram a publicação em tempo anterior a este. Espero, contudo, que vocês sejam por Deus ricamente abençoados por este comentário, servindo para exortação e vossa edificação.

                                                         Escrito pelo irmão Flávio José





INTRODUÇÃO



Em  1.1  o  profeta  é  descrito  como  "morastita",  isto  é,  habitante  de  Moresete- Gate (1.14), que, segundo Jerônimo, até seus  dias  era "uma pequena aldeia próxima de Eleuterópolis". Eleuterópolis tem sido identificada como Beit-Jibrin,

e fica em um dos vales que sobem da planície costeira para as terras altas da Judéia  em redor  de  Jerusalém.  Moresete,  portanto, ficaria cerca de  quarenta quilômetros  ao  sudoeste  de  Jerusalém,  na  Sefelá,  a  meio  caminho  entre  a cidade de Gate, na Filístia (1.10) a oeste, e Adulão (1.15), a leste. Sua relação para  com  Maresa  (1.15)  não  é  claramente  conhecida:  alguns  as  julgam idênticas.  Em  algum  tempo  ou  outro  parecem  ter  estado  sob  a  suserania  de Gate, ou ter tido alguma conexão com aquela cidade.



Dessa maneira Miquéias não vivia em algum lugar atrasado, porém, no mais importante dos vales, que oferecia aproximação à capital para quem vinha da planície  marítima.  Desse  ponto  vantajoso  ele  contemplava  a  grande  estrada costeira, ao longo da qual, por centenas de anos, haviam passado os exércitos dos   conquistadores as   caravana comerciais    grupo de   peregrinos. Habitando perto da ponte natural entre a Ásia e a África, com o Mediterrâneo como  pano  de  fundo  rebrilhante,  32  quilômetros  além,  ele  se  achava  em posição  de  onde  podia  contemplar  o  triste  drama  de  721-719  a.C.,  quando, após  a  queda  de  Samaria,  Sargom  passou  a  empenhar-se  para  dominar  as forças egípcias na estrada costeira em Ráfia, em 719 a.C. Poucos anos mais tarde, Judá aliou-se a Edom, Moabe e os filisteus na tentativa de, com a ajuda egípcia  (que  nunca  veio),  quebrar  o  poder  da  Assíria  na  região;  porém,  os aliados foram duramente enfrentados pelo tartã, o oficial de Sargom, e Asdode
e Gate foram saqueadas (Is 20.1). Mais tarde ainda, Senaqueribe, que em uma de  suas  inscrições  se  vangloria  de  haver  capturado  quarenta  e  seis  aldeias judaicas, talvez tenha conquistado também Moresete-Gate como uma delas.


Além disso, não havia comércio entre o Egito e Jerusalém que Miquéias não observasse. Ele via Judá pondo sua confiança no Império decadente do Nilo; via as equipes de cavalos e carruagens egípcias nas quais Judá, uma região montanhosa e imprópria para cavalaria, repousava falsamente sua confiança; via  as  influências  corruptoras  de  uma  aliança  estrangeira;  via  o  orgulho crescente e a falta de escrúpulos dos homens da capital. Na qualidade de homem interiorano, o profeta via na capital de seu país a fonte  e  o  centro  da  iniqüidade.



 "Qual  é  a  transgressão  de  Jacó?  Não  é Samaria? e quais os altos da Judá? Não é Jerusam?" (1.5). Ele mesmo pode ter sido um fazendeiro e ter sido expulso de sua herdade por algum ganancioso dono de terras. "E cobiçam campos e os arrebatam e as casas e as tomam: assim  fazem  violência  a  um  homem  e  à  sua  casa,  a  uma  pessoa  e  à  tua herança" (2.2). Amarga experiência pessoal e perda, tal vez estejam por detrás dessas  palavras.  Miquéias  era  direto  em  suas  palavras  como  os  homens  do interior  e  também  possuía  profundeza  de  confises  e  inflamada  indignação. Não  obstante,  ele  também  era  capaz  de  dizer  coisas  sublimes  e  belas.  Ele ultrapassa o próprio Isaías na ternura de seus apelos, na lúcida simplicidade e na sublimidade moral que acompanham seu maior oráculo (6.1-8).




Embora  Miquéias  tenha  vindo  do  interior,  enquanto  que  Isaías  pertencia  à capital e à corte real, as mensagens principais de ambos são substancialmente as  mesmas.  Isaías,  como   seria  de  esperar,  tem  mais  a  dizer  acerca  da situação  política  e  acerca  das  relações  com  o  Egito  e  a  Assíria;  porém,  ao abordarem os males sociais e morais, conseqüentes da rejeição ao Senhor por parte de Israel, ambos os profetas falam num único tom. Cf., por exemplo, Mq
2.1  e  segs.,  com  Is  5.8  e  segs.;  Mq  3.1-4  com  Is  10.1-4.  A  nação  hebia estava deixando de cumprir sua missão no mundo, para a qual Deus a tinha chamado (Mq 2.7; Is 1.21) e, por conseguinte, teria de ser expurgada por meio de  julgamento  e  repreparada  para  o  serviço  (Mq  3.12;  4.6-7;  Is  1.25-27).  As mensagens   desafiadora de   ambo os   profeta devem   te influenciado profundamente Ezequias em sua obra de reforma.



Miquéias era nome comum entre os judeus, e significa "quem é como Jeová?" (cf. Miguel, "quem é como Deus?"). É digno de nota que a profecia de Miquéias tem  início  com  as  palavras  de  um  apelo  feito  anteriormente  por  um  seu homônimo (1Rs 22.28). Dessa maneira, Miquéias liga-se deliberadamente com aquele campeão mais antigo da verdade.



 O Problema crítico

Neste livro está contida certa variedade de material e os diversos oráculos não necessitam ter sido proferidos todos ao mesmo tempo. Excetuando o versículo inicial,   não   existem   outras   indicaçõe clara quanto   à   data,   tais   como encontramos,  por  exemplo,  em  Ag  1.1;  2.1,10,20,  mas  fica  subentendido  um ministério  que  deve  ter-se  prolongado  por  um  mero  considerável  de  anos. Muitos eruditos, por conseguinte, mantêm que quaisquer diferenças quanto ao estilo  ou  ao  assunto  abordado,  podem  ser  imediatamente  explicadas  pelas necessidades diferentes e pelo pprio desenvolvimento mental e espiritual de Miquéias, e que, portanto, é desnecessário imaginar mais que um só autor.


Outros  eruditos,  porém,  não  podem  acreditar  que  o  profeta  que  proferiu  as inflexíveis  advertências  e  denúncias  dos  três  primeiros  capítulos,  também possa   se responsabilizado   pela   brilhante   visã do   capítulo    ou   pelas reconfortantes  promessas  do  capítulo  5.  Na  opinião  desses,  além  disso,  os capítulos 6 e 7 contemplam uma situão histórica completamente diferente da que é pressuposta nas profecias anteriores. Porém, afirmar que o homem que compôs os capítulos 1 a 3 não poderia também ter composto os capítulos 4 e 5 seria  impor  a  Miquéias  um  grande  grau  de  limitão,  que  é  completamente injustificável.  Declarar  que  a  pessoa  que  fala  nos  capítulos  1  a  3  estava  por demais ocupada com problemas sociais para interessar-se nas especulações visionárias dos capítulos 4 e 5, seria deixar de perceber que todo reformador social   pode  persistir  em  sua  tremenda  tarefa  se  tiver  uma  visão  de  um mundo redimido.

Não necessidade de esperar uma conexão óbvia entre os vários blocos de material,  pois  dentro  de  um   capítulo  podem  ser  encontradas  diversas declarações que tratam de assuntos diferentes. Possivelmente, 7.7-20 pode ser um apêndice posterior ao tempo de Miquéias, mas isso de modo algum é certo.


Aterrorizante descida do Senhor a terra 





Miquéias  principia  apresentando  uma  das  mais  tremendas  descrições  do Senhor:  sua  descida  à  terra  com  terrível  ira.  Do  mesmo  modo  que  Jonas, Miquéias  proclama  o  julgamento  de  Deus  antes  de  declarar  sua  misericórdia perdoadora. Na realidade, os três livros seguintes seguem o mesmo tema do Senhor vindo como um guerreiro poderoso que faz "os montes" tremerem (Na
1.2-6),  "os  outeiros  eternos"  se  abaterem  (Hc  3.6)  e  toda  "a  terra"  ser consumida  (Sf  1.18).  Isaías  também  apresenta  esse  terrível  quadro  nos capítulos  24  e  63,  quando  descreve  as  devastações  do  Dia  do  Senhor.  profetas viram o pecado do homem significando nada menos do que uma redução  catastrófica  da  terra  ao  caos  (Jr  4.23-26).  Miquéias  apresenta  esse quadro  do  Senhor  a  fim  de  enfatizar  a  grande  ira  divina  contra  aqueles  que praticam  violência  e  injustiça  para  com  os  pobres.  Tirar  proveito  dos  pobres, adverte ele, é incorrer na ira do Todo-poderoso (Dt 15.10; Sl 109.31; 140.12; Pv 14.31; 19.17).







Profeta do homem pobre

Miquéias  é  conhecido  como  o  profeta  do  homem  comum.  Tendo  ele  mesmo vindo de berço humilde, conhecia as más condições dos pobres e tomou para si sua causa contra os vorazes deres da nação que visavam a seus próprios interesses (3.1-3). Em todo o livro, Miquéias denuncia a opressão do fraco, o suborno entre os líderes, o ato de expulsar mulheres dos seus lares e prática de toda escie de roubo, grande parte dele em nome da religião (2.1-2, 811; 3.1-3,9-11;  6.10-12;  7.1-6).  Embora  não  isente  o  pobre  apenas  pela  sua pobreza, ele condena intrepidamente as classes superiores por sangrarem opobres  e  indefesos.  Ao  descrever  a  esperança  da  restauração,  Miquéias surpreende a nação com o anúncio de que o futuro "governador de Israel", o Messias,  virá  da  pequena  e  insignificante  cidade  de  Belém,  ao  invés  da opulenta  capital  Jerusalém  (5.2-4).  Apresenta-o  na  condição  de  um  "Pastor", como o era Davi. Todavia, será maior do que Davi, e "engrandecido até aos confins  da  terra"  (5.4).  Miquéias  foi  o  último  profeta  a  mencionar  Belém  no Antigo Testamento. Concentrou, porém, a atenção da nação sobre a pequena cidade por mais de 700 anos.













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