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LIÇÃO 3ª- JOEL- O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO






ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO IRMÃO FLÁVIO JOSÉ PROFESSOR DA CLASSE DOS SENHORES









INTRODUÇÃO




O livro de Joel é uma das gemas literárias do Antigo Testamento. É edificado com cuidado e o efeito dramático e  pelo livro inteiro, há belezas que brilham intensamente e até deslumbram a imaginação. Tem chamado ateão para o fato "Se existe na Bíblia um livro que é uma obra prima de arte literária, é o livro de Joel. outros profetas que escreveram com maior paixão e maior poder, que se elevam as mais sublimes altitudes da revelação divina; mas dificilmente há um  escritor  do  Antigo  Testamento  que  tenha  demonstrado  empenho  mais cuidadoso, detalhado e primoroso para dar polimento, remate e beleza à sua obra literária".


"O  estilo  de  Joel  é  preeminentemente  puro.  Caracteriza-se  pela  fluência  e regularidade   no ritmos nas   sentea completas    na   simetria   dos paralelismos. Com o poder de Miquéias ele combina a ternura de Jeremias, a vivacidade de Naum e a sublimidade de  Isaías".


A MENSAGEM 


 Aconteceu de tal modo que, na providência de Deus, a terra ficou literalmente desolada  por  uma  praga  de  gafanhotos,  havendo  tal  escassez  de  alimentos que  provocou  a  descontinuação  das  ofertas  de  alimentos  e  das  libações  na casa de Deus (1.13). "Mas, embora tal praga possa ter, a prinpio, despertado extrema  apreensão  no  profeta  e  impulsionado  sua  alma  até  às  mais  baixas profundezas, depois de examinar suas palavras ficamos convencidos que elas se   referem   a   uma   ansiedade   vindoura   ainda   maior,   uma   incursão   de adversários  que  infligiria  terríveis  assolações  à  terra,  deixando-a  desolada  e nua atrás de si, segundo haviam feito aqueles gafanhotos".



Joel apareceu em Jerusalém para declarar que aquela invasão de gafanhotos era um quadro de uma visita de Deus, em ira e julgamento. Ele apelava em prol de um ato de arrependimento nacional, uma festa solene (2.12), e exortava os líderes religiosos a mostrar bom exemplo (2.15-17). Então profetizou  o  retorno  do  favor  de  Deus  e  da  prosperidade  da  terra  (2.18-20), bem como a remoção de seus inimigos (2.21-27). Depois disso, de um modo que não tem significação fora da inspiração divina, ele passou a descrever o derramament do   Espírit Santo   qu se   seguiri (2.28-32).   No   dia   de Pentecoste, o veredicto de Pedro foi: "isto é o que foi dito pelo profeta Joel" (A2.16). Adiante, Joel é levado a profetizar sobre a destruição final de todos os inimigos de Deus e de Seu povo (3.1-21).


Há dimensões tanto presentes quanto futuras em todas as aplicões de Joel no  Novo  Testamento.  Os  dons  do Espírito  que  comaram a  fluir  através do povo de Deus, no Pentecostes, ainda se acham à disposição dos crentes (1Co12.1—14.40). Além disso, os versículos que precedem a profecia a respeito do Espírito  Santo  (isto  é,  a  analogia  da  colheita  com  as  chuvas  temporãs  e serôdias, Jl 2.23-27) e os versículos que se seguem (isto é, os sinais que se darão nos céus no final dos tempos, Jl 2.30-32) indicam que a profecia sobre derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28,29) inclui não somente a chuva inicial no Pentecostes, como também um derramamento final e culminante sobre toda raça humana no final dos tempos.


Tanto   Pedro   quanto   Paulo   usaram   esse   texto   como   uma   profecia   da dispensação  cristã  (At  2.16-21;  Rm  10.13).  Pedro  usou-o  para  confirmar  a validade  do  dom  de  línguas  no  Pentecoste;  Paulo  usou-o  para  confirmar  a validade da oferta de salvação pela a todo o mundo. Nenhum deles afirmou que  a  profecia  tinha  sido  totalmente  "cumprida"  no  Pentecoste,  mas  que  o derramamento do Espírito fazia parte dela. A primeira parte foi evidentemente cumprida no Pentecoste, isto é, o Espírito Santo foi derramado   para    proclamação   mundial   d salvação   simplesmente   pela invocação do nome do Senhor. A última parte, referente aos sinais divinos de perturbações  físicas  no  sol,  lua  e  céu,  não  ocorreu  naquela  ocasião,  mas acontecerá um  pouco antes do  "grande  dia da sua ira" (Ap  6.12-17).  É claro que Pedro citou integralmente a profecia no Pentecoste a fim de incluir a oferta universal  de  salvação  no  final  (Jl  2.32).  Tal  como  a  profecia  da  vinda  do Messias em Isaías 9.6-7, essa profecia da obra de graça do Espírito Santo e da obra do terrível julgamento tem duas fases, largamente distanciadas

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 PROMESSA DE PROSPERIDADE MATERIAL DEVIDA AO ARREPENDIMENTO


Joel   dá   uma   ênfase   especial   aos   benefícios   físicos   e   materiais   advindos   do arrependimento e obediência. Tal arrependimento, disse ele, removeria as pragas dos gafanhotos e da estiagem e restauraria as bênçãos da chuva, boas colheitas e proteção contra os inimigos (2.19-20). Essas promessas foram para Israel, não necessariamente para a Igreja do Novo Testamento. Os judeus achavam-se sob a aliança do Senhor e aqueles benefícios lhes tinham sido prometidos como frutos da obediência (Lv 26.14-20; Dt  11.13-17).  O  objetivo  do  Senhor  nessa  promessa  a  Israel  era  demonstrar  sua soberania sobre toda a natureza como um testemunho tanto para Israel como para as nações. Nenhuma aliança de "benefícios materiais" foi estabelecida com a igreja. Tendo demonstrado cabalmente sua soberania em épocas anteriores.


CRISTOLOGIA EM JOEL



Joel,  o  "profeta  do  Espírito  Santo",  não  faz  muitas  referências  diretas  aMessias. Em muitas declarões do Senhor como "Jeová" (YHWH), entretanto, ele fala como o Messias que virá libertar e governar o seu povo na era messiânica: "Sabereis que estou no meio de Israel" (2.27), "derramarei o meu  Espírito  sobre  toda  a  carne"  (2.28),  "congregarei  todas  as  nações  (...) entrarei em juízo contra elas" (3.2), "Levantem-se as nações, e sigam para o vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar" (3.12) e "Eu expiarei o sangue dos que não foram expiados" (3.21; comparar com Jo 5.22). Apesar de indiretas, essas referências podem ser consideradas messiânicas através das lentes dos textos posteriores.




 CONCLUSÃO





 O aspecto social no qual nasce o livro pode nos auxiliar a tirar uma mensagem para hoje. Israel é dominado pelos persas. É tempo de crise; a vida dos hebreus está ameaçada. Porém a mensagem do profeta é clara: Deus pode transformar, com a colobaração dos fiéis, a crise em vitória definitiva. A linguagem apocalíptica não pode interferir na nossa compreensão do texto. Lembre sempre que quando, na Bíblia, lê algo que fala dos “últimos tempos”, do “fim do mundo” você está lendo uma mensagem de esperança. O “fim do mundo” na bíblia, na linguagem apocalíptica, não é catástrofe, mas é finalidade, ponto de chegada, meta. E o sonho de Deus é a salvação de todos, que exige, porém, participação ativa de cada um.









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