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LIÇÃO 2º- O PROPÓSITO DA TENTAÇÃO


ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO NOSSO VICE-DIRIGENTE O IRMÃO FLÁVIO JOSÉ.






Qual é a principal estratégia do inimigo para levar as pessoas ao pecado? Tentá-las é a resposta. Só quando percebermos e conseguimos neutralizar as ações do Inimigo, das seduções do mundo e das inclinações da carne, através da observação de alguns princípios bíblicos, é que sairemos vitoriosos sobre as tentações.

O QUE É A TENTAÇÃO
Conforme o Dicionário Bíblico Wycliffe, os termos hebraicos massa e nasa, podem, às vezes, ter o significado de "induzir ao pecado". Mas seu principal e predominante significado é o de "testar o valor e o caráter de homens" e, às vezes, os de Deus (Hb 3.9).

"Tentação", do latin tentatione, pode significar indução ao erro. Segundo Vine (2003, p. 1014-1015), a palavra grega para “tentação” é peirasmós e ekpeirazõ. Esta palavra é usada com os seguintes significados:

- Provas com o propósito e efeito benéficos (Lc 22.28; At 20.19; Tg 1.32; I Pe 1.6; 4.12; 2 Pe 2.9);
- Com um significado bom ou neutro (Gl 4.14);
- Provas de caráter variado (Mt 6.13; Lc 11.4; I Co 10.13);
- Prova projetada definitivamente a conduzir à má ação, “tentação” (Lc 4.13; 8.13; I Tm 6.9);
- A “tentar” ou desafiar Deus, por homens (Hb 3.8).

CONCEITO TEOLÓGICO

"Tentação" pode ser definida como uma influência interna ou externa, de origem divina (quando se refere ao fato de Deus "provar" o homem, 1 Pe 4.12), diabólica (malígna, Mt 4.7) ou humana (carnal, Tg 1.14), que embora, em si, não seja pecado, pode conduzir ao mesmo (Tg 1.15).

OS CINCO ESTÁGIOS DA TENTAÇÃO  (Tg 1.14-15)

Classifica-se os estágios ou processos da tentação, em cinco. São eles:

Inclinação. "Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça". Dá-se em virtude da natureza pecaminosa do homem;
Atração. "quando esta o atrai". A atração, percepção seguida da atenção é resultado natural da ação dinâmica dos nossos sentidos (tato, olfato, visão. audição e paladar);
Sedução. "e seduz". Sedução, conforme o Dicionário Michaelis, significa "1. Ato ou efeito de seduzir ou de ser seduzido. 2. Qualidade de sedutor. 3. Encanto, atração, fascínio." A sedução é uma ação envolvente, que de maneira sútil, embriaga, neutraliza a razão, podendo ser considerada um estágio avançado no processo da tentação;
Concepção. "Então, a cobiça, depois de haver concebido". A idéia aqui, é a do estabelecimento pleno do desejo de pecar, de transgredir, de realizar o desejo, independente das consequências. O pecado está a um passo;
Consumação. "dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado,". O pecado é o resultado da consumação de todo o processo pertinente a tentação. Este processo pode ser lento ou rápido, planejado minuciosamente ou entregue aos acontecimentos. A consequência imediata deste último estágio é a morte (Gn 2.17; Rm 6.23).

É POSSÍVEL RESISTIR A TENTAÇÃO

Segundo Champlin  "A tentação, se não for dominada, destrói a fibra moral. Mas, uma vez que lhe oferecemos resistência, isso melhora a qualidade moral de nosso ser".

A Bíblia é clara e categórica, quando afirma que as tentações podem ser resistidas, suportadas e vencidas:

"Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação;" (Tg 1.12)

"Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." (Tg 4.7)

"Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar." (1 Co 10.13)

COMO VENCER A TENTAÇÃO

A observância de alguns princípios e orientações da Palavra de Deus nos conduzirá sempre para a vitória sobre a tentação. Dentre os tais, podemos citar:

Vigiar e Orar"vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 26.41; Mc 14.38);
Mortificar os feitos do corpo, através de uma vida guiada pelo Espírito."Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de  Deus são filhos de Deus.” (Rm 8.13-14);
Andar no Espírito"Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne". (Gl 5.16);
- Viver por fé"porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé." (1 Jo 5.4);
- Fazer a vontade de Deus"Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente." (1 Jo 2.17).

A tentação não faz acepção de pessoas. Ela se faz presente na vida de crianças, jovens, adultos e anciãos. Ela não respeita condição ou posição social, novos convertidos ou veteranos na fé. Congregados, membros, líderes e oficiais da igreja, também estão incluso. 

Crentes carnais ou espirituais, famosos ou anônimos, profanos ou santos, íntegros ou imorais, casados ou solteiros, verdadeiros ou hipócritas, obedientes ou insubmissos, também não escapam.

Todos os dias, milhares de cristãos caem em tentação. Enquanto você lê esse texto, estou certo de que em sua vida, uma das etapas do processo da tentação está sendo vivenciada. Desperte, acorde, fuja, resista, lute, clame, rompa agora com a possibilidade do pecado.

É preciso lembrar, que tentação não envolve apenas questões "sexuais", antes, inclui qualquer questão moral e espiritual. Tentação envolve desobedecer a Deus, transgredir os seus mandamentos, negar através de ações o amor que declaramos a Ele.

LIÇÃO 1ª - TIAGO- FÉ QUE SEMOSTRA PELAS OBRAS



PEDIMOS DESCULPAS AOS LEITORES DESTE BLOG, POR PROBLEMAS TÉCNICOS FICAMOS IMPOSSIBILITADOS DE PUBLICAÇÃO, VOTAMOS A NORMALIDADE. ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO NOSSO VICE-DIRIGENTE O IRMÃO FLÁVIO JOSÉ.






INTRODUÇÃO

 

Podemos observar que a lição de domingo trata da fé que salva. Fé e obra, em Rm 4.1-3;(que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois que diz as escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.) Embora a já vários tipos de fé que podemos comentar é especificamente sobre salvação, a influencia das obras para ser salvo, trataremos da epístola de Tiago assunto  nesta lição.


 O autor do livro, foi Tiago irmão de Jesus, ao iniciar sua epístola ele não se identifica como irmão do Senhor, mas como, "servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo".Não há um consenso quanto ao ano que foi escrito, uns preferem a data d.C., outros 60 e 70 d.C.


RESUMO GERAL
1- Prefácio e saudações
"...as doze tribos que andam dispersas, saúde."Em consequência da grande perseguição que os judeus moveram aos "nazarenos", em Jerusalém, milhares de servos do Senhor espalharam-se por todos direções, quando Tiago nomeia as doze tribos dispersas, ele estava se referindo a todos os judeus convertidos que estavam dispersos pela terra. Nos ensinos de Tiago, vemos uma continuidade dos ensinos de Jesus, não bastava falar, não eram suficientes as palavras, mas era necessário viver conforme as palavra.
2- A tentação como prova de fé.
Tg. 1 . 2 "meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações."
No grego o substantivo "várias tentações" é perispasmos palavra que indica qualquer espécie de provação ou tribulação, não limitando somente as tentações ao pecado, abrangendo todo acontecimento desagradável, perseguições por causa de Cristo.
    Sofrer perseguições, alegre, cantando ou gemendo e chorando, Tiago surgiria a primeira tentativa.
Fontes geradoras de sofrimento:
a- o próprio homem - quando o homem vive na prática do pecado ele torna-se fonte geradora de seus próprios sofrimentos.
b- satanás, sofrimento do crente- satanás não tem poder para fazer o crente pecar, ele, como tentador, cria as condições, a palavra de Deus diz," ... resistir ao diabo, e ele fugirá de vós", tentação é um instrumento de satanás, cabe ao crente, filho de Deus, de resistir quando for tentado. Ser tentado não é pecado, pecado e ceder as tentações. O alvo das tentações é a nossa natureza carnal, quando o homem obtém vitória nas tentações, sua natureza espiritual permanece viva em plena atividade na produção do fruto do espírito.
c- Deus, sofrimento do crente- provações e correções, são instrumentos de Deus para provar e corrigir todos a quem ama. Provações aperfeiçoa aquilo que está correto, correção acerta o que está errado.
3- As obras como prova de fé
Tg. 1. 22 "sedes cumpridores da palavra e não somente ouvinte..." Tiago em sua epístola usou a teologia prática, instruindo que além de ser conhecedores da palavra, mas também cumpridores.
"...todo o homem seja pronto para ouvir e tardio para falar." Dois ouvidos com uma única função ouvir, uma boca com duas funções falar e ingerir alimento, isto nos leva a entender que há necessidade de se ouvir mais, falando menos.
Tratamento igual para todos, tanto para pobres como para ricos. Tg. 2 . 9 "...se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado..." Acepção significa dar um tratamento diferenciado e melhor, em virtude daquilo que a pessoa tem. Para Tiago não podia admitir a existência de dois tipos de evangelho; um para dizer aos pobres que eles devem se arrepender de seus pecados, ou irão para o inferno, outro para dizer aos ricos como estamos felizes com sua visita aos nossos templos, porém sem lhes falar do céu, da salvação e do inferno.
    Tg. 2 . 17 "...a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesmo." No caso de um irmão ou irmã estiver necessitado, e for despedido por um crente, que o manda ir em paz, sem contudo, dar-lhes as coisas necessárias, Tiago desafia alguém mostrar a fé sem as obras. 
  Há quem veja conflito entre os pensamentos de Paulo e de Tiago quando falam das obras, Paulo diz que somos salvos pela fé por meio da graça, não pelas obras para que não gloriamos em nós mesmos, ele aqui está falando do homem antes da salvação, porém Tiago fala do homem depois da salvação, há pois  necessidade de boas obras.
A língua, o mais rebelde dos membros do corpo, o homem é capaz de domar animais e a própria natureza, não tem em si mesmo, poder para domar sua língua, e é pelo uso da língua que tropeçamos em palavras."Tropeçar em palavras " pode significar cometer erros com mau uso da língua.
Verdadeira sabedoria é  aquela que vem do alto, Tg. 3-13, a verdadeira sabedoria é demonstrada, não por discurso, mais pela conduta cristã.
Conceito de sabedoria
1- sabedoria humana- É certo que o homem não nasce sabendo, mas nasce dotado de capacidade para apender.
2- sabedoria diabólica- Satanás usa as pessoas, possuindo suas mentes  influenciando-as por outros meios a fim de que se tornem instrumento de iniquidade.
3- sabedoria divina- Através desta sabedoria o homem pode saber quem é Deus, como Ele é, o que pensa e o que quer, para ter a sabedoria tem que ser nascido de novo.

Tg. 4-1 Define a paixão como sendo um sentimento muito forte de amor doentio, de ódio.
"Donde vêm as guerras e pelejas entre vós?"
Tiago enumera as causas das guerras e pelejas:
-deleites- desejo carnal desmedido
-cobiça- querer o que o outro tem.
-inveja- Não querer os outros bem
-orações sem resposta

Tg. 4-4 - "Adúlteros e adúteros..." entendemos que ele usou esta expressão para definir a infidelidade espiritual, relacionamento dos crentes com o mundo.

Tg. 4-13- Os projetos, ou planos elaborados pelo homem, embora aparentemente perfeitos, estão sujeitos à falhas, porque o homem, pela sua própria natureza, é imperfeito. Em Deus temos sua vontade soberana e sua vontade permissiva.
Vontade soberana- Fala do poder de Deus para realizar o seu plano na história da humanidade e na vida particular de cada um de seus filhos.
Vontade permissiva- Deus permite que o homem faça uso de seu livre arbítrio, deixando de consultá-lo na realização de seus projetos.

Pecado de omissão e de comissão Tg. 4-17, peca por omissão quando se deixa de fazer algo que, biblicamente deve ser feito, peca por comissão quando se faz aquilo que biblicamente não deve ser feito.
Tg. 5: 1-6- Tiago fala da condenação dos ricos opressores, no seu contexto , não condena ninguém por ser rico nem ensina ser a pobreza um meio de salvação. O que ele condena é o uso da riqueza como meio de opressão e as riquezas apodrecidas, ou obtidas por meios ilegais. Naquela época os cristãos estavam sendo oprimidos pelos seus patrões ricos opressores que não cristãos. Tg. 5-7 "Sede, pois irmãos, pacientes...", aqueles irmãos deveriam ter consciência que as coisas da terra eram passageiras e que eles estavam esperando algo muito melhor, o dia da vinda de Jesus.





LIÇÃO 11ª - O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO


ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELA NOSSA PROFESSORA DA CLASSE DAS SENHORAS A IRMÃ JOSEFA.

INTRODUÇÃO

presbíteros obtinham sua posição por laços de família ou indicação. Seguindo um padrão definido relacionado ao sistema tribal (Números 11: 16-17; Deuteronômio 29:10), o presbítero exercia funções de liderança e jurídica em razão de sua posição na família, clã ou tribo; ou em razão de sua personalidade, destreza, status ou influência; ou ainda por um processo de indicação e ordenação. Os presbíteros tinham várias funções. Por exemplo: I Timóteo 5:17 fala de presbíteros que pregavam e ensinavam; Tiago 5:14 os mostra envolvidos num ministério de cura; I Pedro 5;2 os exorta a apascentar o rebanho. Assim, os profetas e mestres que dirigiam a igreja de Antioquia (Atos 13:1-3) podem ter sido os presbíteros daquela comunidade. 

O PRESBÍTERO NA COMUNIDADE CRISTà

Segundo o relato de Lucas sobre a origem e expansão do Cristianismo, os presbíteros já estavam presentes na igreja de Jerusalém. Em Atos, vemos os cristãos de Antioquia enviando mantimentos "aos presbíteros (das igrejas da Judéia) por intermédio de Barnabé e Saulo (11:30). Em sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé "promoveram os discípulos em cada igreja" (Atos 14;23). Mais tarde, foram enviados de Antioquia para Jerusalém "para os apóstolos e presbíteros" a fim de esclarecê-los sobre o assunto da circuncisão dos gentios cristãos (Atos 15:2) e "foram bem recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros" (Atos 15:4), que se reuniram para ouvir sobre o caso e resolver a questão (Atos 15:6-23). Não se sabe quem eram e como foram escolhidos esses presbíteros. Mas certamente foram consideradas sua idade e proeminência lhes conferiu o privilégio de prestar serviço especial dentro de suas comunidades. Parece que atuavam de maneira semelhante aos anciãos das comunidades judaicas e do Sinédrio (Atos 11:30; 15:2-6.22-23; 16:4; 21:18).

O Bispo 
 o termo vem do grego antigo επίσκοπος, (episkopos) “inspetor”, “superintendente”. Em 1ª Pedro 2.25, a referência ao Senhor indica uma função além do pastoreio, enquanto pastor. Várias outras passagens usam essa palavra para descrever uma responsabilidade maior do mesmo pastor que foi escolhido para guiar os discípulos de Cristo no seu trabalho na igreja (Filipenses 1.1; 1ª Timóteo 3.2; Tito 1.7).
Mas o texto de Atos 20 e seus versículos é claríssimo na interligação das pessoas do pastor, presbítero e bispo. No verso 17 Paulo convoca os presbíteros para uma reunião, sendo que no verso 28 ele chama os presbíteros de bispos, encojando-os ao zelo no pastoreio – “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue”.
O que na verdade revela o texto é que Paulo está diante de presbíteros (pastores) que tinham a função de supervisionar (epískopos-bispos) várias igrejas. Sendo assim, pastores, bispos e presbíteros não são três ofícios diferentes, e sim três palavras que descrevem aspectos diferentes dos mesmos homens. Os bispos de hoje devem ser, de acordo com o texto, aqueles que chamamos de presidentes da igreja Sede, que deve estar na condição de uma igreja-mãe com várias congregações.

LIÇÃO 9ª – O MINISTERIO DE PASTOR

OBS: Pedimos Desculpas pelo atraso nessa postagem, tudo foi por causa de um problema técnico.

ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELA PROFESSORA DA CLASSE DOS ADOLESCENTES, A JOVEM MAYARA.


INTRODUÇÃO

Em continuidade aos dons ministeriais, estudaremos na lição desta semana (9ª) a cerca do “Ministério de Pastor”.

Pastor quer dizer “apacentador de ovelhas”, aquele que ajuda e cuida das Ovelhas. Portanto há aqueles que possuem a “chamada de Deus”, para seguirem o Ministério Pastoral. Para serem líderes, guiar as ovelhas [Jo 10:4], apascenta-las, visitar os enfermos, dedicar-se à pregação e ao ensinamento da Palavra. Por ser uma grande responsabilidade, ser pastor é uma tarefa árdua, lidar com os deveres da igreja local com questões tanto internas quanto externas, o cuidado com as pessoas do rebanho, o ensinamento da palavra, administração dos trabalhos e dedicação a oração. Mas além da responsabilidade imposta e por mais árdua que seja a dedicação ao trabalho, uma liderança responsável e madura é essencial para o crescimento da igreja.

Jesus é o Sumo Pastor. Ele mesmo se apresenta como tal “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas[Jo 10:11]” ou seja, Cristo é o pastor em todas as possibilidades existentes. Ele guia o seu povo, nos libertou do pecado, venceu a morte e acima dele não há outro. É Ele o exemplo a ser seguido por todos aqueles que desejam ministrar a igreja do Senhor. Em João 10:14 podemos ver que apesar da grandeza do Senhor, o bom pastor, a intimidade que Ele tem com seu rebanho, de falar com cada uma de suas ovelhas, nos fazendo ouvir sua voz e não atender a nenhum outro pastor. É o bom pastor que tem cuidado de nós [Sl 23].

Diversas são as características encontradas num pastor; ser um exemplo a todos até aos incrédulos; ser um líder exemplar primeiramente em sua família(caso contrário, seu ministério jamais terá seriedade) porém, há duas básicas que todo pastor deve possuir: Manejar bem a palavra da verdade [ 2Tm 2:15] e ser apto a ensinar [1Tm 3:2]. Primeira função do pastor: Alimentar as ovelhas, ou seja, alimenta-las com a palavra da verdade; Segunda: Cuidar do rebanho. De forma voluntária, com amor; E Terceira: Ter alegria e bom ânimo na obra. Portanto “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação... [ 1Ts 4:3a] ou seja, é isso que Deus quer de vós, limpeza, é orientar a ovelha quanto á seu comportamento e seus hábitos. A principal característica do pastor é o caráter íntrego, é pregar o que vive. São vãs as palavras de um pastor que prega algo quando na sua vida não pratica. Pois para proclamar o Evangelho, a melhor palavra pastoral é a vida do pastor em sintonia com o Evangelho [ Mt 7:24].

Portanto, a missão pastoral é múltipla. Deve-se cuidar dos novos convertidos; aconselhar, evangelizar; o principal que é a pregação da Palavra de Deus, administrar os bens da igreja; e cuidar de todo o seu rebanho com amor, dedicação, zelo e  compaixão porem, há os falsos pastores que exploram suas ovelhas que apascentam a si mesmo e não á elas. Podemos ver em Ezequiel 34:8-10 que Deus é contra os falsos pastores.

CONCLUSÃO

Então, oremos pelos pastores que foram escolhidos por Deus para crescer o rebanho do Senhor (a igreja) na graça e no conhecimento do evangelho. Apoiemos á estes servos de Deus que estão á frente das igrejas com essa grande responsabilidade nas mãos. Eles precisam da graça divina, e se alimentar cada vez mais da Palavra de Deus, para realizar a obra para honra e Glória do Senhor.

Deus vos Abençoe!!


LIÇÃO 8ª - O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA

Este Comentário Foi Escrito Pelo Nosso Professor da Classe dos Jovens, Lucas Viera.


Desde a criação do homem, sempre houve uma preocupação da parte de Deus em relação à revelação da sua palavra. Com a vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e a descida do Espírito Santo (At 2.1-13) os dons ministeriais nos foram apresentados (Ef 4.11), os quais contribuem para a ministração do evangelho. 

Nesta semana estudaremos o ministério de evangelista que é de suma importância na evangelização.

O Dicionário Bíblico Cultura Cristã nos mostra que a palavra “Evangelista” significa (aquele que anuncia as boas novas), e que esta palavra aparece três vezes no NT, referindo-se à pessoa, ao trabalho e ao chamado. Seu uso tornou-se mais amplo com o advento de Jesus. Os evangelistas eram pregadores dotados de dons que iam a todos os lugares possíveis, com a missão de ganhar almas para o reino de Deus. Após a ressurreição de Jesus era necessário que houvesse pessoas capacitadas para contar ao mundo os grandes milagres que Cristo tinha feito e realizar a obra do Senhor na terra. Visando a continuidade da evangelização, Jesus realiza a Grande Comissão (Mc 16.15-18; Mt 28.16-20). Após a ordenança de Cristo os onze discípulos seguiram para a Galiléia onde iriam encontrar-se com Jesus no monte. Com base na autoridade que lhe foi dada (Mt 28.18), o nosso Senhor ordena aos onze “ensinai”, ou seja, “fazei discípulos”, compartilhem os ensinamentos que lhes foram apresentados de graça. Vemos que ele concedeu autoridade não só aos discípulos, mas a todos os que crerem, “em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.17,18).   Esta passagem revela o grande poder de Jesus sobre tudo e todos e a sua grande misericórdia em capacitar os seus discípulos para prosseguirem com o trabalho da evangelização.  

  Vemos grades exemplos de evangelistas no NT, como, por exemplo, Filipe. Este grande homem de Deus era cheio do Espirito Santo e realizava muitos milagres em nome de Jesus (At 8.6,7). Em Atos 8.26, vemos o dom de Deus em sua vida, pois ele deveria ir para a banda do Sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza. Esta cidade estava a 96 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. Filipe faria uma viajem longa, só de Samaria para Jerusalém seriam cerca de 56 quilômetros. O servo do Senhor inicia sua viagem e encontra-se com um homem etíope, eunuco, mordomo-mor (ou alto oficial) o qual tinha ido para Jerusalém em peregrinação e estava sentado no seu carro lendo o profeta Isaías. Observamos no v.29 que o Espirito de Deus impulsionou Filipe para chegar-se ao etíope, isso nos mostra a infalível participação de Deus no trabalho evangelístico. Após correr para alcançar o carro, Filipe interroga o eunuco dizendo: Entendes tu o que lês? –uma simples pergunta, mas deu inicio a um dialogo que salvaria a alma do rico eunuco. Logo o eunuco responde que não pode entender sem que ninguém o explique e roga (exigiu ou suplicou) para que Filipe suba no carro e esclareça a passagem lida “Então Filipe, abrindo a boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus” (At 8.35). O eunuco foi impactado com a palavra de Deus, pediu que o carro parasse para que Filipe o batizasse (At 8.37-39). Alguns podem achar desnecessário, como Deus enviou o seu servo tão longe para pregar a um homem que nem entendia a sua palavra? Mas essa é a maravilha da palavra que não é entendida pelo mundo (1Co 1.18) e que também foi a missão de Jesus (Lc 5.30,31). 

Também podemos citar outros homens, que não viveram no mesmo período dos grandes homens citados na bíblia, porém suas contribuições para o crescimento da Igreja de Cristo nos deixam testemunhos de fé e persistência. Davi Brainerd (1718-1747) foi um desses grandes Homens. Após sua conversão recebeu de Deus a missão de evangelizar os índios de uma tribo chamada silvícolas. Depois de quase ser morto pelos indígenas o Senhor lhe concedeu a oportunidade de pregar e levar a tribo ao arrependimento de seus pecados, como disse no seu diário:
Preguei aos índios sobre Isaías 53.3-10. Muito poder acompanhava a palavra e houve grande convicção entre os ouvintes; contudo, não tão geral como no dia anterior. Mas a maioria ficou comovida e em grande angústia de alma; alguns não podiam caminhar, nem ficar em pé: caíam no chão como se tivessem o coração transpassado e clamava sem cessar…

Brainerd se deparou com grandes dificuldades e enfrentou a idolatria, pois descobriu que os índios se reuniam para adorar demônios, mas o Senhor lhe concedeu vitória.
À tarde preguei sobre Lucas 15.16-23. Havia muita convicção entre os ouvintes, enquanto eu discursava; mas, ao falar particularmente, depois, a alguns que se mostravam convictos, o poder de Deus desceu sobre o auditório como um vento veemente e impetuoso e varreu tudo de uma maneira espetacular.
 Independente de todas as dificuldades do trabalho evangelístico, temos confiança em Jesus que intercede por nós (Jo 17.20-26), sabemos que Cristo está conosco, pois Ele mesmo nos disse em sua palavra (Mt 28.20). Por esse motivo devemos insistir na ministração da palavra até que o dono da palavra nos leve com Ele. “Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação” (1Co 1.21).

LIÇÃO 7ª - O MINISTÉRIO DE PROFETA


ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO NOSSO VICE- DIRIGENTE DA NOSSA ESCOLA EM PEREIRA CARNEIRO O IRMÃO FLÁVIO JOSÉ.



INTRODUÇÃO

Deus nunca desamparou seu povo. Sempre lhe deu líderes, reis, sacerdotes, profetas e pastores, porém a influência marcante foi exercida pelos profetas; seu trabalho consistia no ensino e ação. O que poderia parecer mero descuido da Lei para o homem comum, era visto como um horrendo desastre pelo profeta, tal sua sensibilidade diante do pecado, (Jr 2: 12, 13, 19). O profeta não somente ouvia a voz de Deus como sentia seu coração, (Jr 6: 11; 20: 9). Tal compreendia melhor do que ninguém os propósitos de Deus para o povo com quem tinha um pacto.


A MENSAGEM DOS PROFETAS

Normalmente continha advertências aos que colocavam sua confiança em outras coisas e não em Deus, tais como na sabedoria humana, (Jr 8: 8,9; 9: 23, 24); na riqueza, (Jr 8: 10); na autoconfiança, (Os 10: 12,13); no poder opressor;  em outros deuses. Constantemente o profeta desafiava a falsa santidade do povo judeu e tentava desesperadamente encorajar sincera obediência à Lei. A dedicação dos profetas eram homens totalmente dedicados a Deus. Detestava o “meio" compromisso, a entrega parcial a Deus. A fidelidade ao Senhor deveria ser total. Isso implicava em esforçar-se para levar o povo a uma completa submissão a Deus. Os profetas não aceitavam uma sociedade injusta, mas lutavam pela manutenção dos princípios do pacto do Sinai e por eles davam a vida.  Condenavam especialmente a opressão social, ou seja, não admitiam que os mais ricos explorassem os que nada tinham, (Am 4: 1). Também pregavam contra a bajulação aos abastados, usada para conseguir qualquer favor, (Am 6: 1). Por esses posicionamentos, vemos que o povo de Deus tinha e tem de ser comprometido com o seu Deus e não com o homem. A mensagem profética é muito atual.

O PROFETA NA IGREJA PRIMITIVA

No Novo Testamento não há o ofício profético como havia no Antigo, mas há o dom de profecia, ( 1Co 12: 28, 29 e Ef 4: 11). Nessas passagens, o profeta é citado imediatamente após os apóstolos, e está associado aos mestres, como se vê na Igreja de Antioquia, (At 13: 1). Eram também considerados alicerces (fundamentos) sobre os quais a Igreja foi edificada,  (Ef 2: 20). Os profetas do Novo Testamento tinham como função a proclamação e a predição; eram canais através do qual Deus transmitia uma orientação especial à Igreja. Foi, por exemplo, o que fez Ágabo, (At 11: 28; 21: 10 e 11); e Judas e Silas, (At 15: 32). Esses homens, usados pelo Espírito Santo, tinham objetivos definidos em sua atuação, (1Co 14: 3); tornando-os responsáveis pela pregação da mensagem completa sobre o pecado e a salvação, alertando sobre a ira e a graça de Deus. Os profetas do NT não eram fonte de novas verdades doutrinárias a serem absorvidas pela Igreja e sim expositores da verdade já revelada por Jesus e pelos apóstolos.  Eram dotados do dom sobrenatural de conhecer, e com a liberdade de revelar, os “segredos do coração humano”, (1Co 14: 24,25).

CONCLUSÃO


Portanto, é natural que procuremos hoje em dia por profetas verdadeiros. A rejeição aos profetas nos momentos cruciais da história sempre gerou sérias consequências para o professo povo de Deus, porque a rejeição de um profeta implica, de acordo com (Lc 10:16), na rejeição daquele que o enviou. Caso reconheçamos em nossos dias Deus falando através de um mensageiro humano, devemos respeitar a sua relevância e considerar com seriedade os seus ensinos. Afinal de contas o profeta é um enviado de Deus para nos abençoar e proteger.

LIÇÃO 6ª - O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO


ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO NOSSO VICE- DIRIGENTE DA NOSSA ESCOLA EM PEREIRA CARNEIRO O IRMÃO FLÁVIO JOSÉ.



INTRODUÇÃO


 Ainda a título de complementação dos estudos que temos tido sobre a Segunda Carta de Paulo aos Coríntios, faremos um breve estudo a respeito do ministério apostólico, questão oportuna já que têm surgido, no meio evangélico, inúmeros “apóstolos”, tendo sido esta epístola uma defesa que Paulo fez de seu apostolado à igreja em Corinto.


   Ao verificarmos o que a Bíblia fala sobre os apóstolos, bem como as características do apostolado, mediante a defesa que Paulo faz em II Coríntios, percebemos nitidamente que o ministério apostólico ficou restrito aos doze escolhidos pelo Senhor Jesus e que os “apóstolos do século XXI”, mesmo que o ministério apostólico tivesse perdurado até os dias de hoje (o que não parece ser o caso na melhor interpretação bíblica), não passariam dos “falsos apóstolos” mencionados pelo próprio Cristo em Ap.2:2.


Tudo indica que Paulo, quando escreveu estas palavras, tinha em mente a lista dos ministérios relacionados em 1 Coríntios 12.28. A passagem coríntia compreende uma lista mais longa de dons espirituais (charismata). Mas nesta passagem, Paulo está interessado em apresentar os ofícios necessários para a expansão e sustento da igreja. Cristo deu à igreja os apóstolos: os ministros supremos, os doze que haviam visto o Senhor ressurreto e recebido suas tarefas diretamente dele. Os profetas têm posição proximal à dos apóstolos, e o seu dom especial era o de ministério inspirado. Foulkes afirma que a função primária dos profetas era similar à dos profetas do Antigo Testamento: “anunciar” a palavra de Deus. Porém, ocasionalmente prediziam aconte­cimentos futuros, como em Atos 11.28 e 21.9,l l .30 Os evangelistas eram pregadores itinerantes, que iam de lugar em lugar para ganhar os incrédulos (cf. 2 Tm 4.5), de modo muito semelhante como se faz hoje. Certos intérpretes sugerem que as primeiras três categorias se aplicam à igreja universal, ao passo que as outras duas se ajustam especificamente à igreja local. Pastores são pastores de um rebanho de comunicantes; a palavra grega (poimen) empregada aqui significa, literalmente, “pastor de ovelhas”. A tarefa dos pastores é alimentar o rebanho e protegê-lo dos perigos espirituais. Doutores pode ser uma outra função do pastor. Bruce afirma que estes dois termos “denotam a mesma e uma única classe de homens”.31 Contudo, pode ser que os doutores representem uma classe de responsabilidade um tanto quanto menor que os pastores, mas que, mesmo assim, detêm lugar especial na igreja. Os cinco ministérios são concedidos pelo Espírito e dados por Cristo à sua igreja.


CONCLUSÃO



Esta “apostolice” é mais um eloquente sinal de que estamos em plena apostasia, no ocaso de nossa dispensação. Olhemos para Jesus, o autor e consumador da nossa fé, para que não sejamos enganados e peçamos a Deus misericórdia para que alcancemos, no final de nossa jornada, o mais importante título que alguém pode conseguir: o de servo. Amém!

LIÇÃO 5ª - DONS DE ELOCUÇÃO

ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO POR NOSSA PROFESSORA DA CLASSE DOS JOVENS, CHARLENE.


 Graça e paz a todos os leitores deste Blog, que Deus em Cristo vos abençoe em toda sua vida, que compreendas o poder de Deus que opera na vida dos seus filhos, através de Jesus Cristo seu filho.

Primeiramente, Paulo apresenta algumas idéias gerais, depois mostra que todos os dons vêm do mesmo Espírito e, finalmente, menciona uma relação de dons específicos.
Os coríntios haviam perdido seu senso de valores em relação aos vários dons do Espírito Santo. Eles começaram a considerar as manifestações de êxtase como sendo os melhores dons espirituais, e tiveram a tendência de minimizar outros ministérios do Espírito. No capítulo 12 Paulo declara duas verdades simples. Em primeiro lugar, todos os dons vêm do mesmo Espírito Santo e não podem se opor uns aos outros. Depois o apóstolo dá exemplos da importância de todos os dons comparando os membros da Igreja à estrutura do corpo humano.

1. Os Dons Espirituais de Forma Geral (12.1-7)


As palavras acerca dos dons espirituais indicam que Paulo está prestes a introduzir outro assunto que os coríntios haviam mencionado na carta que lhe escreveram.
Existe uma debatida questão sobre se a palavra dons deveria ser incluída.

 A palavra espirituais (pneumatika) é geralmente aceita como uma referência a “coisas espirituais”1 ou aos dons espirituais. O termo comum do NT para “dons” é charisma. Essa palavra não ocorre no texto, porém como todo o conteúdo trata desse assunto, entendemos que seria correto interpretar o termo pneumatika com o significado de dons espirituais.

Em Corinto o conceito que as pessoas tinham sobre os dons do Espírito havia se degenerado. Como consequência natural, “os dons eram muito reverenciados, não aqueles que eram os mais úteis, mas os que eram aparentemente mais impressionantes. Entre eles o dom de línguas era o mais proeminente por ser o mais expressivo da nova vida espiritual”.

 A maioria dos dons relacionados por Paulo no capítulo 12 foi ignorada e aquele que mais se distinguia dos outros era o dom de falar em línguas. Parece que o interesse estava centralizado em adquirir o poder de fazer coisas milagrosas e de provocar admiração na mente dos descrentes. O Espírito Santo foi explorado com a finalidade de se obter resultados sensacionais. “Parece que a sua função santificadora na vida dos cristãos havia sido relegada a um segundo plano, e Ele era considerado o autor, não da graça... mas dos [dons] charismas, e no vocabulário da época a palavra ‘espiritual’ era um atributo imputado aos efeitos do espírito de poder, e não aos efeitos de um espírito de santidade”.














Dessa maneira, o Espírito Santo passou a significar, na mente das pessoas comuns, não o poder de crer, de esperar, de amar ou de ser puro, mas o poder de falar admiravelmente, em êxtase, e de realizar feitos sensacionais.

A popularidade do dom, tanto na Igreja Primitiva como em alguns círculos hoje, é compreensível. Quando um homem é tirado de um êxtase, ele sente seu espírito banhado com o Espírito divino, por isso ele está intensamente ciente de contar com o apoio de Deus e na mais restrita comunhão com ele.

Fonte: Enciclopédia da Bíblia, VOLUME DOIS » DG da Editora Cultura Cristã

O Espírito Santo opera a favor de um único propósito    (12.7-“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil”.).


Os dons, ministérios e resultados produzidos por toda a obra têm um único propósito - beneficiar a igreja toda, e glorificar a Deus. Dessa forma, os dons não devem alimentar a rivalidade ou gerar a inveja.
Os dons espirituais são concedidos para o que for útil, isto é, para beneficiar os outros. Eles são destinados ao bem comum.

No Antigo Testamento, as profecias continham tanto as previsões de fatos que viriam a ocorrer, quanto à proclamação de alguma mensagem de Deus. Para muitas pessoas, o elemento da previsão superava o da proclamação. Outras preferiam minimizar o elemento da previsão e consideravam a profecia como apenas uma declaração da mensagem de Deus para a época em que viviam. Ambos os elementos sempre estiveram presentes, embora a ênfase mais importante da profecia, mesmo no AT, fosse a direta apresentação da mensagem de Deus às pessoas da época em que o profeta vivia. No NT, a profecia podia ser ocasional (At 19.6) ou uma função permanente (1 Co 12.28).

No Novo Testamento, a palavra profecia “é aquele dom especial que exorta e capacita certas pessoas a transmitir revelações de Deus à sua igreja”. Um outro estudioso interpreta a profecia como “uma inspirada transmissão de exortações, instruções ou advertências”.
Whedon nos dá uma abrangente definição: “Uma inspirada pregação; predizendo o futuro, expondo misteriosas verdades, ou pesquisando os segredos do coração e do caráter dos homens”. Paulo tem uma elevada opinião sobre a função dos profetas, como indica a comparação que fez no capítulo 14 entre profetizar e falar em línguas.

Discernimento de Espíritos (12.10c- “e a outro, o dom de discernir os espíritos”)


Todo cristão deve ter, em certo grau, a capacidade de “provar os espíritos” (1 Jo 4.1). Pois, de outra forma, ele se tornará uma vítima de falsas impressões exteriores ou de impressões destruidoras interiores.
 Aqui, o texto original fala sobre o discernimento, querendo dizer que o cristão deve estar continuamente alerta quanto à orientação do Espírito Santo.
 Mas, aparentemente, alguns têm o dom de uma visão especial interior, e o conhecimento e a habilidade de distinguir entre as expressões proféticas a fim de saber se elas procedem de espíritos falsos ou do genuíno Espírito de Deus.
Paulo acreditava que existiam espíritos malignos operando nas igrejas dos gentios e entre os cristãos gentios (1 Ts 2.2).
 Em algumas ocasiões, estes espíritos se manifestavam não só através de falsas profecias, mas também da realização de milagres (At 19.13-16).
“Em geral, havia uma imitação demoníaca dos charismata e da obra de Cristo”.
Uma excelente descrição do dom de discernir os espíritos é: “O poder de detectar o hipócrita, como Pedro fez com Ananias; de distinguir os dons verdadeiros dos falsos; e de reconhecer a genuína inspiração”.






O falar em línguas (12.10d –“e a outro, a variedade de línguas”)


A excessiva preocupação pelo dom de variedade de línguas representava o âmago do problema dessa seção.
A palavra línguas (glosson) aparece sob várias interpretações: a língua falada ou a língua em ação; com palavras raras, provinciais, poéticas ou arcaicas; a linguagem espiritual, desconhecida pelo homem e pronunciada em um estado de êxtase; e a linguagem conhecida ou dialeto.
Entre os comentaristas mais antigos era costume interpretar tanto as línguas do Pentecostes, como as línguas de Corinto, como línguas conhecidas. Escritores como Lange, Calvino, Adam Clarke e Matthew Henry têm esta opinião.
 Escritores mais recentes preferem fazer uma distinção entre os dois tipos de línguas.
Um estudioso que aceita as línguas do Pentecostes como sendo as línguas faladas na ocasião, escreve sobre as línguas de Corinto: “Outros possuíam um estranho dom chamado dom de línguas. Não sabemos exatamente do que se tratava, mas parece ter sido uma espécie de exclamação inconsciente através da qual o orador exprimia uma rapsódia apaixonada onde seus sentimentos religiosos recebiam expressão e exaltação”.
 Já um escritor contemporâneo afirma que “a falta de qualquer necessidade de interpretação [no Pentecostes] torna difícil identificar a situação com a'qual Paulo está procurando regulamentar a igreja de Corinto”.
Parece, pela discussão de Paulo sobre a situação dos coríntios, que o problema era a exclamação em êxtase. A solução de Paulo considerava que esse dom certamente não deveria ser admitido como parte do trabalho evangelístico da igreja, nem entendido como extremamente significativo quando comparado com os outros dons.
Embora toda essa questão seja bastante delicada, a opinião do autor é que havia um dom válido de falar em línguas na Igreja Primitiva, e que Paulo tinha consciência do verdadeiro dom pentecostal de falar línguas conhecidas.
Porém as línguas faladas em Corinto podem não ter sido deste tipo. E bastante possível que o verdadeiro dom de variedade de línguas, relacionado com o Pentecostes, pudesse ter degenerado em expressões ininteligíveis na vida dos instáveis cristãos de Corinto.

A Interpretação das Línguas (12.10e-“e a outro, a interpretação das línguas”.)

Existem duas explicações para o dom especial de interpretar as línguas. Uma delas é que “este é um dom pelo qual Deus torna inteligível aquilo que está oculto em todas as afirmações proferidas em êxtase”.
Outra explicação foi sugerida por Adam Clarke: “Era necessário que, enquanto alguém estivesse falando sobre as profundas coisas de Deus em um grupo onde vários dos que estavam presentes não compreendiam - embora a maioria compreendesse - que uma das pessoas conseguisse interpretar imediatamente o que estava sendo dito àquela parte da congregação que não entendia a língua”.

O versículo 11 insiste novamente no ponto principal de toda a discussão, isto é, que todos os dons vêm do Espírito. O verbo opera está no presente, e “implica que o Espírito concede esses dons continuamente”.
 A unidade e a consistência do propósito divino estão reveladas na expressão um só e o mesmo Espírito.
Diferentes dons não indicam diferentes propósitos divinos. Deus não está se contradizendo, nem causa qualquer atrito, na forma como distribui esses dons. 
A frase: repartindo particularmente a cada um indica que Deus lida com o homem em uma base pessoal e individual. Como quer indica que o soberano Deus concede os dons em harmonia com o seu propósito.
 É Deus, e não o homem, quem escolhe o dom a ser concedido. Portanto, o homem não deve impor qual dom deveria ser escolhido, embora Paulo nos advirta dizendo: “Procurai com zelo os melhores dons” (12.31).

Certamente nenhum dom deveria ser considerado uma prova de espiritualidade superior, e nenhum deles deveria ser escolhido como uma exclusiva manifestação do Espírito Santo, pois isso seria fazer uma distorção da obra do Espírito e romperia a unidade divina.

A Profecia é Superior ao Falar em Línguas (14.1-40)



No capítulo 12, Paulo apresentou uma discussão geral sobre os dons espirituais. Ele não insistiu no problema que a capacidade de falar em línguas representava para a igreja de Corinto. Ele acompanhou a discussão geral sobre os dons espirituais com o hino de amor encontrado no capítulo 13.
O amor, como foi apresentado por Paulo, é o maior de todos os valores espirituais. Agora, para que ninguém perdesse sua linha de pensamento, Paulo volta ao problema introduzido em 12.1. Ele escolhe a profecia, que também é um dom relacionado à fala, para mostrar que o falar em línguas, não importando o quanto sejam entendidas, ocupa uma posição inferior. Baseando-se neste raciocínio, alguns entendem que o falar em línguas nunca pode ser considerado a evidência incontestável ou indispensável do batismo no ou com o Espírito Santo.

1.     Limitações do Falar em Línguas (14.1-25 “Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar”.)


1 coríntios 1 4 .1-5

a.     A profecia é o dom mais importante (14.1). Em suas palavras iniciais, Paulo usa dois verbos que são significativos: Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais. O verbo seguir (literalmente, perseguir) “indica uma ação interminável, enquanto ‘procurai com zelo’ realça a intensidade e não a continuidade da ação”.75 O amor deve ser buscado com persistência, mas também é correto desejar os dons. Desses dons, Paulo coloca em primeiro lugar a profecia, que está intimamente ligada à pregação. O elemento essencial é a transmissão de uma mensagem diretamente inspirada por Deus. Várias comparações entre falar em línguas e profetizar vêm a seguir, e indicam as fraquezas e as limitações da glossolalia da maneira como era praticada em Corinto.

b.     A Profecia é Entendida (14.2-3). Paulo tem a intenção de exaltar a profecia, mas procura fazê-lo apontando antes as limitações dos “sons estranhos” (TEV).

      I.        Ninguém entende o homem que fala em línguas (14.2). Uma razão pela qual falar em línguas é inferior a profetizar diz respeito ao fato de que as línguas não são compreendidas pelos outros. Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus. A palavra estranha está em itálico em algumas versões, sugerindo que ela não pertence ao texto original.
 Entretanto, os tradutores da versão KJV em inglês captaram corretamente o significado das palavras de Paulo; portanto seu uso não distorce o significado da sentença.
A frase porque ninguém o entende sugere que o dom discutido aqui não é o mesmo que o falar em outras línguas que ocorreu no dia de Pentecostes (At 2.4). O homem que pratica esse dom não está falando aos homens, mas está envolvido em uma expressão pessoal de louvor a Deus.
Em Espírito significa provavelmente o espírito da própria pessoa, tomado de exaltação e de emoção.76 Nessas condições, a pessoa fala de mistérios que nem ela, nem qualquer outra pessoa entendem, exceto alguém que possa interpretar. Como aquilo que é dito por meio do falar em línguas é desconhecido dos homens, esta expressão também é inferior à profecia.

     II.        A profecia é compreendida pelos homens (14.3). Em contraste com a natureza desconhecida das expressões proferidas em êxtase, a profecia serve ao propósito de edificar, exortar e consolar. A palavra edificar (oikodomen) significa “construir como um processo, uma edificação”.
Paulo emprega essa palavra no sentido de edificar o caráter cristão.
Exortar significa “avisar, encorajar”. Consolar é a clássica tradução de paramythia, que no grego clássico significa “qualquer pronunciamento feito com o propósito de persuadir, estimular, despertar, acalmar ou consolar”.
 Dessa forma, a profecia é um inspirado pronunciamento que todos os homens entendem; ela serve para edificar o caráter cristão, encorajar, fortalecer, confortar ou consolar.


c.     A profecia edifica a igreja (14.4-6). Como a profecia é entendida pelos homens, ela edifica a igreja (4). Falar em línguas desconhecidas serve apenas para fortalecer o indivíduo. Entretanto, Paulo não proíbe completamente esta prática: Quero que todos vós faleis línguas estranhas.
O verbo quero, ou desejo (thelo), “não expressa uma ordem, mas uma concessão sob a forma de um desejo improvável de ser realizado (cf. 7.7)”.
Quanto a essa declaração, Bruce escreve: “E provável que Paulo receasse ter ido muito longe ao rejeitar as línguas. Portanto, ele deixa claro que não está proibindo as línguas, mas insistindo na superioridade da profecia”.
Como era difícil fazer a distinção entre um dom válido de falar em línguas, ou a legítima expressão de um desejo de êxtase espiritual, e uma inválida expressão de alegria pessoal, Paulo preferiu não proibir o falar em línguas.
Entretanto ele indica, de forma rápida e distinta, que o dom de profecia é superior: ...mas muito mais que profetizeis.

O critério de avaliação de qualquer dom é o seu valor para a igreja. Mesmo quando
Paulo faz a concessão do falar em línguas, ele imediatamente insiste que seu valor é menor que a profecia, a não ser que elas sejam interpretadas para que a igreja receba edificação (5). As palavras a não ser que também interprete “não se referem à particular interpretação de uma mensagem transmitida em línguas, mas ao dom permanente da interpretação... Paulo tem em vista uma pessoa que recebeu dois dons, o de falar em línguas e o de ter a sua interpretação”.82 Dessa forma, o apóstolo indica que qualquer glossolalia deveria ser interpretada para fortalecer a congregação.
Quando Paulo faz alusão à sua futura visita a Corinto, ele novamente faz da edificação da igreja o critério pelo qual se estabelece o valor dos dons do Espírito: Que vos aproveitaria, se vos não falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina? (6)

d.    Falar em línguas de forma desordenada pode levar à confusão (14.7). Nesta seção Paulo continua a enfatizar a superioridade da profecia sobre o falar em línguas.

      I.        A analogia da música (14.7). Primeiro, o apóstolo escolhe um exemplo para mostrar que sons indistintos levam à confusão. Mesmo coisas inanimadas, como a flauta ou a cítara, devem emitir sons distintos. De outra forma, poderá resultar uma dissonância sem propósito. A flauta (aulos) representava os instrumentos de sopro enquanto a cítara (kithara) representava os instrumentos de corda. Nenhum deles produz qualquer música compreensível, a não ser que sejam tocados de acordo com alguma forma ou ordem.



     II.         A analogia do soldado (14.8). Na antiguidade, a trombeta chamava o povo para se preparar para a guerra, e transmitia a direção da luta. Mas se a trombeta de guerra produzisse apenas um som incerto e não um comando militar reconhecido à distância pelos homens, quem se prepararia para a batalha? Um som ao acaso da trombeta não agruparia o povo para a luta nem daria as diretrizes adequadas da batalha. Se o sinal for incerto, o resultado será a confusão e a desordem.


    III.         A analogia da religião (14.9-12). Agora Paulo faz a aplicação ao problema que enfrenta - uma ênfase errada colocada no ato de falar em línguas.  Se... não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz?... estareis como que falando ao ar (9), isto é, falando inteiramente em vão.

No versículo 10, Paulo prossegue: Há... tanta espécie de vozes no mundo. “Por vozes, entenda-se línguas”.
 Todas as diferentes línguas têm significado, pois o seu propósito é a comunicação. Portanto, será necessário conhecer o sentido da voz (11).
 A palavra sentido (dynamis) indica poder, recursos ou habilidade. A fala que não é entendida não tem o poder de comunicar.

De acordo com Paulo, se alguém não entende o que está sendo falado, ele se torna um bárbaro. Esse termo foi provavelmente usado originalmente para aqueles que emitiam ruídos guturais e ásperos. Mais tarde, ele foi “aplicado a todos aqueles que não falavam a língua grega”.
Assim, essa palavra veio a representar alguém cuja língua não tinha sentido. Portanto, “a linguagem em êxtase, que parecia aos coríntios uma questão de orgulho, transformou-se no meio de torná-los nada mais do que bárbaros”.

1 Coríntios 14 .12 -1 9

No versículo 12, Paulo volta incansavelmente ao seu ponto de maior ênfase: Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja. O primeiro objetivo do cristão deve ser a edificação da igreja e o fortalecimento dos seus membros. Se o crente quiser promover o bem-estar da igreja, ele analisará os seus dons de acordo com este critério.

e) Falar em línguas pode se tornar algo de pouco valor prático (14.13-25). Como o dom de falar em línguas, da maneira como era praticado pelos coríntios, tinha pouco valor prático, Paulo insiste em um curso de ação que será mais benéfico para a igreja.

       I.        A necessidade do dom de interpretação (14.13). Nesse ponto, Paulo volta a insistir: O que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar. Aquele que profere as suas palavras por meio de uma expressão apaixonada, também deve orar para que receba a habilidade de interpretar as suas declarações para a igreja.

      II.        A importância do entendimento (14.14-15). Um homem que ora em língua estranha não está usando seu entendimento (14; nous). Esta palavra significa a mente, ou o pensamento.
Falar ou orar em outras línguas de nada adianta para os outros. No versículo 15 Paulo afirma: Orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.
Orar e cantar em diversas línguas pode representar uma liberação emocional e fazer com que a pessoa se sinta inspirada, mas nada acrescenta ao entendimento do evangelho.





     III.        Línguas desconhecidas não ajudam a congregação (14.16-17). Na congregação cristã haveria os indoutos (16). Esse termo indica os inquiridores que ainda não haviam se comprometido com Cristo, ou os cristãos da igreja que ainda não haviam recebido nenhum dom. Nos dois casos, estas pessoas não seriam capazes de entender as palavras e de confirmar ou dizer Amém nas orações. Seria suficiente dar graças (17), mas mesmo nessas reuniões de louvor é necessário procurar fortalecer a igreja.

    IV.         Será melhor ouvir palavras claras do que inumeráveis ruídos (14.18-20).
Aqui as advertências de Paulo são gentis. Ele se identifica com aqueles que falam em línguas: Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos (18).
Na obra Notes, Jerônimo diz que Paulo está exultante com sua habilidade de falar em línguas. Parece lógico aceitar a opinião de Jerônimo sobre a habilidade de Paulo de falar diversas línguas, pois seu treinamento e experiência teriam feito dele um excelente linguista, um mestre de línguas.

1 Coríntios 14 .1 9 -2 4

Cinco palavras claras valem mais do que um número infinito de palavras que ninguém entende. Depois, o apóstolo indica que toda essa comoção a respeito das línguas era uma infantilidade, e repreende adequadamente os coríntios: Irmãos, não sejais meninos no entendimento (20). Godet interpreta seu significado dessa maneira: “E, realmente, uma característica da criança preferir o divertido ao útil, o brilhante ao sólido. E isso era o que os coríntios faziam com seu acentuado gosto pela glossolalia”. No entanto, na malícia eles deveriam ser como meninos (nepiazete, infantis).
 Moffatt traduz o versículo 20 da seguinte forma: “Irmãos... quanto ao mal sejam como simples crianças; mas sejam maduros na sua inteligência”.

     V.        As línguas estranhas já foram um castigo (14.21-22). Nesse ponto, Paulo introduz uma observação extremamente solene. Embora os coríntios considerassem o ato de falar em línguas alguma coisa a ser desejada, Paulo afirma que isso poderia ser um sinal do desagrado ou de alguma punição de Deus para os infiéis.
O apóstolo faz uma paráfrase da advertência existente em Isaías 28.11 quando escreve aos coríntios: Por gente doutras línguas e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor (21). Vincent escreve: “O tema dessa citação é que o ato de falar línguas estranhas foi um castigo pela incredulidade do povo de Deus durante o período do AT”.
Por esta punição eles foram levados a ouvir a voz de Deus ‘falando através das severas ordens dos invasores estrangeiros,falou quando citou esse versículo de Isaías, Paulo estava lembrando aos coríntios a infantilidade e rebelião deles, e não encorajando o falar em outras línguas.
Por outro lado, a profecia não é para os incrédulos, mas para aqueles que crêem, para os fiéis. A profecia traz a verdadeira mensagem de Deus à igreja.

    VI.        Falar em línguas pode não ajudar os incrédulos (14.23-25). Agora Paulo apresenta um caso hipotético para os coríntios. O que acontecerá se toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem línguas estranhas (23).
Como esse dom era desejável, conforme indicavam os coríntios, toda a igreja tinha o direito, e até a obrigação, de buscá-lo. Mas o que aconteceria se os incrédulos viessem a essa igreja, onde todos estivessem falando em línguas de forma desordenada? Não dirão, porventura, que estais loucos? Paulo não estava preocupado com as pesquisas de popularidade eclesiástica. Nem estava ajustando a mensagem do evangelho para conformá-la ao molde da opinião pública. O apóstolo entendia que a tarefa da igreja era atrair os incrédulos e conquistá- los para Cristo. Ele estava alarmado com o fato de que, ao invés de ajudar a converter os pecadores, o ato de falar em línguas de forma desordenada poderia despertar somente o escárnio e o desprezo dos descrentes.



O resultado da profecia é diferente. Se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado (24). A palavra convencido (elenchetai) significa convicto ou reprovado pelos seus pecados. Ela é usada em João 16.8 fazendo referência à obra do Espírito Santo de convencer “o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo”. Julgado (anakrinetai) implica inquérito ou as profundas afirmações do coração da pessoa que revelam a sua condição de incrédula.

1 Coríntios 14.2 4 -2 9

Até mesmo as coisas remotas ou há muito tempo escondidas do escrutínio público desfilam perante a sua consciência, pois agora os segredos do seu coração ficarão manifestos (25). Dessa forma a profecia produz os resultados redentores procurados pela igreja de Deus, pois o incrédulo lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus. Para o incrédulo, então, as línguas proferidas em um ambiente desorganizado são um sinal de loucura. Mas a profecia leva os homens a Deus.

Restrições na Igreja (14.26-40)


Ao tratar do excessivo interesse dos coríntios pelo dom de falar em línguas, Paulo não os desafia abertamente nem proíbe essa prática, mas os ensina como utilizá-la de forma saudável.
a      A regra da edificação (14.26). A primeira diretriz de Paulo era: Faça-se tudo para a edificação. Quando os coríntios se reuniam para adorar a Deus, cada parte do culto deveria contribuir para a edificação da igreja. O Salmo (hino), a doutrina (ensinamento cristão), a língua (alguma expressão em uma linguagem que não era geralmente conhecida), a revelação, a interpretação da língua - tudo deveria ter o propósito de fortalecer a igreja.

b       Somente dois ou três deveriam ter permissão de falar (14.27a). Paulo coloca um limite no número de pessoas que teriam permissão para falar em línguas estranhas em qualquer reunião pública. Faça-se isso por dois ou, quando muito, três. Tal restrição eliminaria a confusão e a frustração que poderiam ocorrer se a maior parte do culto fosse dedicada a tais atividades.

c       Devem falar um de cada vez (14.276). Além do limite do número de pessoas que podiam falar em línguas, estas deveriam falar uma de cada vez. Esta restrição iria eliminar a confusão gerada por várias pessoas falando ao mesmo tempo em um culto público.

d      Deve haver um intérprete (14.27c-28a). A terceira regra de Paulo era: E haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja. Tudo aquilo que é dito em línguas estranhas deveria ser acompanhado por uma interpretação. De acordo com Morris, esta restrição “nos mostra que não devemos pensar que as línguas’ eram o resultado de um irresistível impulso do Espírito Santo que levava os homens a fazer um discurso em êxtase e desorganizado. Se eles preferissem, poderiam manter silêncio, e isso é o que Paulo os instruiu a fazer em certas ocasiões”.

e      O ato de profetizar estava sujeito a uma regulamentação (14.29-33a). Assim como o falar línguas estranhas estava sujeito a certas regras, o mesmo acontecia com a profecia: E falem dois ou três profetas (29).
Aqui o apóstolo está novamente preocupado com o fato de nenhum grupo ou dom se tornar dominante. Embora Paulo tivesse deliberadamente classificado a profecia como superior ao falar em línguas, ele não iria permitir uma excessiva exposição de qualquer dom, mesmo que se tratasse de um dom classificado como “superior”. Além disso, aquele que profetizasse poderia estar sujeito a cometer erros. Portanto, Paulo diz: e os outros julguem.

1 Coríntios 14 .2 9 -3 5

A palavra julgar (diakrinetosan) significa discernir, discriminar. “Era dever de todos examinar se aquilo que estava sendo declarado estava de acordo com a verdade”.

Uma outra regulamentação eliminava a rivalidade por uma posição mais favorável na sequencia profética. Parece que certos membros da igreja, os profetas, podiam ser indicados como oradores nos cultos de adoração. Mas se alguma outra pessoa, que estivesse assentada (30) desejasse falar, o orador indicado poderia ceder a vez para ela. Dessa maneira, todos poderiam contribuir, não haveria confusão, ninguém iria dominar a reunião e todos seriam edificados.
No versículo 32 Paulo afirma novamente que a obra do Espírito Santo não produz incontroláveis manifestações de oratória. O homem nunca é um ser mais verdadeiro do que quando sob a influência do Espírito Santo.
 Assim, Paulo escreve: E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas (32). A versão TEV interpreta o versículo 32 da seguinte forma: “O dom de transmitir a mensagem de Deus deve estar sob o controle do orador”.
Paulo “estabelece o princípio de que, na verdadeira profecia, o controle e a consciência nunca se perdem”.
 A profecia é um meio de iluminação espiritual, mas o profeta pode ficar em silêncio, se quiser. Embora o Espírito Santo opere diretamente na igreja, Ele não é Deus de confusão, senão de paz (33).


E por fim voltando no capitulo 12, Paulo menciona a igreja como um corpo com muitos membros: “Vós sois o corpo de Cristo”. Todos os dons são concedidos para contribuir com a unidade e o bem-estar do corpo, 1coríntios 12.11-14.

1. A Unidade da Igreja Representa uma Unidade Vital (12.12)


O corpo humano é um organismo vivo que tem vários membros. Cada membro é diferente; no entanto, cada um deles faz uma contribuição específica a todo o corpo. Porém, a despeito de seus diferentes membros, o corpo contém uma vida comum que opera em cada um dos seus membros. Assim, Paulo escreve que o corpo é um e tem muitos membros.

Os vários e diferentes membros formam um só corpo. O apóstolo conclui: assim é Cristo também.
A unidade dos cristãos, como a unidade física do corpo, é vital. “A mesma vida espiritual existe em todos os cristãos, e ela se origina da mesma fonte, suprindo-os com a mesma energia, e preparando-os para os mesmos hábitos e objetivos”.

“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também”. 1 Co 12.12.













Paulo faz um resumo dos dons em 1 coríntios 13.1-“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”.
  2-“E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria”.


O seu propósito aqui é encorajar os coríntios a buscarem o amor e não apenas os dons. A razão desta atitude é que os dons só podem ser vistos sob a perspectiva correta à luz do amor. No NT, a palavra para amor (que em algumas traduções é expressa como caridade) é ágape.

“O Maior Dom” é o amor por que:

1.     É o dom mais essencial, 1-3;
2.     É uma característica acentuada de Cristo, 4-6;
3.     É o dom mais abrangente, 7;
4.     É o dom mais permanente, 8-13.

Os dons têm um lugar especial na igreja e são muito úteis. Mas o amor representa a essência da vida cristã, e é absolutamente necessário.


Deus em Cristo vós abençoe.


Fonte: Comentário Bíblico Beacon, 8 Vol.