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Lição 3º - Anunciando ousadamente a Palavra de Deus

Jeremias pregando palavras desafiadoras na frente do Templo de Salomão é uma das imagens mais vívidas da Bíblia. Como alguém que diz: “eis que não sei falar, porque não passo de uma criança”, poderia fazer algo tão ousado, desafiar a ordem religiosa e suas autoridades em lugar sagrado? Somente o Espírito de Deus pode fazer isso.

A mensagem de Jeremias é dura e direta, vocês estão fazendo da Casa de Deus – diz o profeta – um covil de salteadores (Jeremias 7.11). Toda essa situação lembra muito o episódio de Jesus no templo, pois Cristo usou o mesmo termo de Jeremias ao dizer: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores (Marcos 11.17).

É claro que Deus não está preocupado exclusivamente com o templo, pois a estrutura física de uma igreja não precisa de salvação, mas os seres humanos precisam. O que Deus ataca durante toda a Bíblia e a história da humanidade é adoração mecânica, desprovida de sinceridade, e assim sem efeitos práticos. Uma adoração feita apenas de lábios, porém com o coração afastado.

Nesse sentido, o profeta retira o véu da falsa adoração judaica:

Que é isso? Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, queimais incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis, e depois vindes, e vos pondes diante de mim nesta casa que se chama pelo meu nome, e dizeis: Estamos salvos; sim, só para continuardes a praticar estas abominações! (Jeremias 7.9-10)

Da mesma forma que Cristo tirou a fantasia dos fariseus que achavam que freqüentar a sinagoga e praticar o ritual seria isso o que Deus desejava:

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. (Mateus 23.23,27-28)

A pregação de Jeremias é que o templo não poderia ser considerado um talismã, um amuleto, aonde freqüentar a igreja seja suficiente para os nossos pecados serem perdoados e para morrer em nós o desejo carnal. A igreja não salva!

Que mensagem atual! Vivemos numa época em que pessoas, sem consciência do que dizem, afirmam terem mudado de vida por ter freqüentado uma igreja somente, outras convidam tão enfaticamente pessoas para sua igreja e se esquecem de pregar o evangelho, como se igreja fosse auto-suficiente para salvação. É evidente que esse fenômeno, aonde a igreja tenta se colocar a cima de Cristo, não é algo novo, que o diga Jeremias, mas com o esfacelamento das denominações evangélicas, cada denominação que nasce quer-se dizer superior a outra, enquanto várias igrejas requerem a sua autoridade por se considerarem a igreja historica.

Vivemos em um tempo de escuridão. Nem mesmo a igrejas estão a salvos da corrupção do mundo. Pessoas e pessoas que não tiveram a vida transformada se amontoam nas congregações esperando que sua fé sem obras convença Aquele que sonda os corações. Mas a ocasião de acontecer o juízo começa pela Casa de Deus: Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai comparecer o ímpio, sim, o pecador? (I Pedro 4.17-18)

Não devemos nos preocupar, portanto, com a hipocrisia de alguns que se autodenominam irmãos e conosco congregam ainda cheios de pecados e malícia, pois não convinha que fosse assim? Não nos foi dito que nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis? (II Timóteo 3.1) e o Espírito Santo expressamente disse: nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência (I Timóteo 4.1-2).

Contudo, com ordem e decência e certos da Palavra de Deus, devemos pregar ousadamente o Evangelho para que aqueles a quem mente ainda não foi destruída pelo acúmulo de pecados, possa se salvar no Dia do Juízo, dizendo “melhorai os vossos caminhos e as vossas obras para que Deus perdoe os vossos pecados". Anunciar o Evangelho genuíno não com medo, mas com coragem, porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação (II Timóteo 1.7).

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