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5º lição - Tesouros em Vasos de Barro

Para essa quinta lição tive o prazer de contar com o comentário da irmã Geitjane, professora da classe das senhoras na Escola Dominical em Pereira Carneiro 1 e mãe deste que vos escreve. Portanto estaremos sendo presenteados com a perspicácia e inteligência da nossa querida irmã, que há muitos já ensinou e continua me ensinando:



Escrito por Geitjane Carvalho de Lima Falcão, professora da classe dos senhoras.



É um grande prazer escrever algumas linhas para esse abençoado blog. Espero que sirva de edificação para todos.


Quando lemos as cartas de Paulo ficamos perplexos com a humildade e simplicidade de um homem de Deus. Nesta lição vamos ver que ainda “magoado” com alguns que se deixavam enganar por espírito opositor, Paulo continua sua jornada de autodefesa, agora se colocando como um vaso de barro.




Comprado por duas moedas de cobre no mercado de Corinto, eram com freqüência, usados como recipientes para lamparinas de pavio. Embora fossem baratos e frágeis, eles funcionavam muito bem como lâmpadas. Paulo utilizou a ilustração desses potes de barro para fazer um claro contraste entre ele mesmo e a grande mensagem que ele levava.





Em Corinto não só existiam vasos de barro, mas de cerâmica, onde donas de casa faziam seus cozimentos. Também existiam vasos decorativos, vasos de metal e vidro, porém tais vasos eram caros e provavelmente não eram colocados em exposição como os vasos de barro. Paulo se via como um vaso de barro, porque o importante, meus amados irmãos, para o crente salvo é a mensagem que é transmitida ao mundo.

Paulo não queria estar em evidência para sua própria glorificação, como nós também não devemos querer, mas que o Espírito que habita em nós seja sempre a prioridade e que o importante não seja nunca o mensageiro, mas o que está dentro dele que é a mensagem.

Amados irmãos, o Senhor chamou e chama vasos, não de cerâmica, nem metal, vidro ou qualquer outro material nobre, mas vasos frágeis, baratos, sem beleza exterior, todavia, úteis, com força suficiente para suportar tribulações, angústias, desânimos, perseguições, enfim tudo o que foi proposto pelo seu Criador.

Ele quer que a sua obra saiba que não passa de um vaso, vaso, porém, de honra, importante para Deus. Que o seu interior esteja cheio de graça, do poder do ide e do amor!

Deus nos abençoe.

4º lição - A Glória das Duas Alianças



O Comentário desta lição foi feito pelo professor Flávio José, um dos grandes nomes da nossa escola dominical e um dos obreiros mais dedicados e corretos que eu conheci, desde já agradeço pela sua participação e por ter abraçado a causa deste blog. Nas próximas lições teremos a participação de outros professores e membros da nossa Escola Bíblica Dominical, em Pereira Carneiro 1. Paz do Senhor para todos.



Escrito por Flávio José Pereira, professor da classe dos senhores.


Às vezes a nossa Fé é colocada aprova como cristãos como recém chegados em uma congregação as pessoas nos olham com certa desconfiança, mais no caso do apóstolo Paulo o caso foi mais sério do que se pensa, por conta da posição que o próprio Jesus colocou em suas mãos, ser reconhecido pelos outros apóstolos de Cristo foi uma tarefa muito delicada. Mas o mesmo convenceu os apóstolos da sua conversão e passou a trabalhar no seu ministério. Vemos na Bíblia referência que confirma sua chamada (At.13.2). O próprio Espírito Santo o separa para a obra, nós hoje temos certeza da chamada de Paulo.

As epístolas de Paulo são o espelho de sua alma. Revelam seus motivos íntimos, suas mais profundas paixões, suas convicções fundamentais. Sem a sobrevivência das cartas de Paulo, ele seria para nós uma figura vaga, confusa.

Paulo estava mais interessado nas pessoas e no que lhes acontecia do que em formalidades literárias. A medida que lemos os escritos de Paulo, notamos que suas palavras podem vir aos borbotões, como no primeiro capítulo da carta aos Gálatas. As vezes ele irrompe abruptamente para mergulhar numa nova linha de pensamento. Nalguns pontos ele toma um longo fôlego e dita uma sentença quase sem fim.

Temos em 2 Co 10:10 uma pista de como as epístolas de Paulo eram recebidas e consideradas. Mesmo seus inimigos e críticos reconheciam o impacto do que ele tinha para dizer, pois sabemos que comentavam: “As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes.

Líderes fortes, como Paulo, tendem a atrair ou repelir os que eles buscam influenciar. Paulo tinha tanto seguidores devotados quanto inimigos figadais. Como conseqüência, seus contemporâneos mantinham opiniões variadíssimas a seu respeito.

Os mais antigos escritos de Paulo antedata a maioria dos quatro Evangelhos. Refletem-no como um homem de coragem (2 Co 2:3), de integridade e elevados motivos (vv. 4-5), de humildade (v. 6), e de benignidade (v. 7).

Paulo sabia diferençar entre sua própria opinião e o “mandamento do Senhor” (1 Co 7:25). Era humilde bastante para dizer “se¬gundo minha opinião” sobre alguns assuntos (1 Co 7:40). Ele estava bem cônscio da urgência de sua comissão (1 Co 9:16-17), e do fato de não estar fora do perigo de ser “desqualificado” por sucumbir à tentação (1Co 9.27). Ele se recorda com pesar de que outrora perseguia a Igreja de Deus (1Co 15.9).

Pelo seu conhecimento na lei ele mostrou dignamente a distinção entre as duas Alianças, o que mais falou da lei e a nova aliança. Algumas pessoas afirmam que Paulo é o escritor da carta aos Hebreus. Quando Paulo fala das alianças, ele utiliza paralelos entre a antiga e a nova, a fim de esclarecer os crentes quanto às diferenças entre o que era transitório e o que é permanente, entre a lei que condenava e a que liberta.




3º Lição - A Glória do Ministério Cristão /TERCEIRA PARTE: PAULO CONTRA OS FALSIFICADORES DO EVANGELHO


"Tais cães são gulosos, nunca se fartam; são pastores que nada compreendem, e todos se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, todos sem exceção." (Isaías 56.11)


O profeta Isaías da maneira que era acostumado descreveu com contundência os pastores gananciosos que nada compreendiam. Não só ele, mas a bíblia toda faz questão de separar o imundo do limpo (Levítico 10.10), o perverso do justo e os que servem a Deus dos que não servem (Malaquias 3.18). Não que Deus rejeite as pessoas que ainda não estejam limpas pelo lavar regenerador do Seu Espírito (Tito 3.5), mas Ele rejeita, sem sombras, de dúvidas os que obstinadamente não querem Seu perdão e deliberadamente se opõem a Sua Graça, pois diz: (...) me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração (...) Não entrarão no meu descanso (Hebreus 3.10-11) e também: Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. (Gálatas 6.7).

Com o aumento da propagação do Evangelho, o que acontecia no tempo de Paulo acontece hoje também: diminui-se o número das pessoas realmente ignorantes a respeito da tão grande salvação proposta por Cristo e aumenta consideravelmente o número daqueles que continuam alienados, mas que, uma vez conhecedores do Caminho, resistem a salvação de Deus. Paulo sabia disso. No capítulo terceiro da Segunda Epístola a Timóteo, Paulo fala sobre as características dos últimos dias, dizendo: E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé (...) (II Timóteo 3.8).


Resistir significa lutar contra, não deixar se dominar, nem se influenciar. Esses emissários do diabo estavam dentro da igreja e ao mesmo tempo lutavam contra ela, atacando seus líderes, influenciando pessoas a se tornarem filhos do inferno duas vezes mais do que eles mesmos (Mateus 23.15). Essas pessoas tentam convencer as pessoas, e a si mesmos, que a salvação de Cristo não é suficiente por si só, nem a Palavra de Deus o é.

Por isso, Paulo os chama de falsificadores, isto é, numa melhor tradução, mercadores do Evangelho, ou como diria o apóstolo em outra parte, chorando: homens que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas (Filipenses 3.19).

Devemos, pois, em favor do Evangelho mostrar-nos diferentes a esses impostores e propor em nossos corações não se contaminar com àqueles cujo fim é a perdição, retirar das mãos destes as ovelhas que foram enganadas, seduzidas pelos seus desejos, inocência ou aflições. Pois as palavras da serpente são doces e o fruto do erro é aprazível, como há caminhos que para o homem parecerem ser direitos, contudo no fim está a morte.


Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganado; nós, porém exalamos o bom perfume de Cristo, quando mais esmagados mais perfume exalamos como pétalas de rosa, para a pregação da mensagem pura e genuína do Evangelho de Cristo, que alguns recebem infelizmente para morte, todavia, outros recebem para a salvação e grandiosa esperança no Dia do Senhor. Por isso, podemos exultar nAquele que nos conduz em triunfo.


"Quem, porém, é suficiente para estas coisas? (...) Nós (...) Em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus." (II Coríntios 2.17) 

3º Lição - A Glória do Ministério Cristão / SEGUNDA PARTE: A FUNÇÃO DA DISCIPLINA ECLESIÁSTICA


Disciplina Eclesiástica é um termo que designa o exercício da ordem eclesiástica na forma de orientação da conduta correta em relação aos mandamentos bíblicos e aos costumes de cada congregação. É termo vago e ao mesmo tempo muito profundo, no sentido em que gerou inúmeras controvérsias no seio da cristandade e muito mais com o advento da igreja protestante que deu nova roupagem ao termo em vista da teologia reformada. E mesmo hoje se pode dizer que cada igreja tem uma maneira de tratar a disciplina eclesiástica diferente.


Não queremos trazer polêmicas desnecessárias invocando as diferenças entre as igrejas Reformadas e as demais igrejas herdeiras da teologia de Menno Simons e os pentecostais históricos no que diz respeito à disciplina eclesiástica, colocando assim juízo de valor. Mas quero me deter as Escrituras e a função da disciplina, algo que os cristãos genuínos e seguidores da Palavra não poderão contestar.

II Coríntios fala de um homem que pelo seu pecado contristou Paulo e a igreja que estava em Corinto. Historicamente se apontou duas opiniões de quem poderia ter sido esse homem: poderia ser homem que Paulo descreve em sua primeira epístola aos Coríntios (I Coríntios): Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai (I Coríntios 5.1) que se arrependeu; poderia ter sido também uma pessoa desconhecida pela qual os opositores de Paulo se utilizaram para causar discórdia entre o apóstolo e a comunidade eclesial de Corinto.

Seja lá quem foi esse homem, o texto bíblico nos ensina várias verdades sobre disciplina em uma igreja, as quais podemos destacar:

1. A disciplina eclesiástica como sendo necessária. Em um mundo dominado pelo advento da psicologia e pedagogia e pelo pós-modernismo, falar em disciplina se tornou tabu, pelo menos no Ocidente, principalmente no Brasil, onde negligenciamos essa virtude. E será que a disciplina é mesmo necessária? Sim. Em que sentido? Primeiro é necessário para produzir arrependimento:

Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos: não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para {nosso} proveito, para sermos participantes da sua santidade. (Hebreus 12. 6-10).

Pois, se a disciplina não é para o arrependimento, Paulo não teria perdoado o ofensor. Depois, é necessário para não dá armas aos nossos acusadores, ao pecador é necessário que o discipline mostrando que não lhe é conveniente com o pecado. A grande crítica que se faz aos sacerdotes superiores da igreja católica em relação aos escândalos de pedofilia não é a escolha errada dos sacerdotes sem vocação, mas a indiferença a esses casos e aos possíveis culpados. A punição dos pecadores serve para cortar de forma honesta e transparente os escândalos internos e externos.

2. A disciplina não pode ser feita à revelia do líder da igreja. Paulo mostra que embora considerasse a opinião dos coríntios, escreveu para ter a prova de em tudo lhe obedeciam (II Coríntios 2.9). É necessário agir sob a obediência do líder da igreja local para que não haja lugar para vingança sob a roupagem de disciplina.

3. Disciplina não pode ser confundida, a meu ver, com castigo. Certamente o castigo pode servir à disciplina, mas ao contrário desta àquela não tem sentido próprio. Quero dizer que pode haver castigo e não ter arrependimento. Se todo castigo trouxesse arrependimento as prisões criariam novas criaturas prontas a contribuir positivamente com a sociedade, porém vemos o oposto. Por isso, não prego a retirada do castigo, mas acredito que devemos usar a disciplina como tática para a salvação das almas. Porque quando Paulo usou a disciplina no caso do pecador de I Coríntios, ele explica sua motivação: [que seja] entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor {Jesus} (I Coríntios 5.5).


Um grande perigo que se tem em relação à disciplina é a usarmos como foi usada pelos fariseus ou mesmo pela igreja católica medieval. Não nos enganemos. Foi em nome da disciplina que os fariseus levaram Cristo à morte, foi em nome da disciplina que santos foram assassinados com terríveis torturas durante a Idade Média. Eram em nome do seu zelo que Paulo perseguia os cristãos e os forçava a blasfemarem o nome de Cristo. Disciplina sem amor e sem conhecimento de Deus produz morte. Termino nas excelentes palavras de advertência do comentarista dessa lição (Elienai Cabral):

A igreja não pode deixar de administrar a disciplina aos que cometem pecado, para que na haja contaminação dos demais. Isto é, punição do pecado é inevitável, entretanto, o tratamento com o pecador deve ser feito com atitude corretiva, terapêutica e restauradora, visando proporcionar-lhe, o arrependimento e o recomeço da vida crista. Lamentavelmente, em nome do zelo espiritual, tem-se cometido muitas injustiças, típicas dos fariseus, para criticar e censurar sem misericórdia os faltosos. O objetivo de Paulo, contudo, era levar estes a se arrependerem de seus pecados e à retornarem à plena comunhão com à Igreja de Cristo.


3º Lição - A Glória do Ministério Cristão (2 Coríntios – “Eu de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas”) / PRIMEIRA PARTE: A acusação de leviandade e a defesa de Paulo



Infelizmente perdemos a oportunidade de iniciar o blog com as duas primeiras lições da revista sobre Coríntios, por termos inaugurado essa página no dia 11. Porém não vamos mais perder tempo. Estaremos agora propondo um comentário a essa terceira lição.


Essa lição aborda a passagem que vai do 12º versículo do capítulo 1 até o término do segundo capítulo. Se lermos com cuidado há complicações para fazer um comentário linear e homogêneo sobre essa passagem, então seria bom, a meu entender trabalharmos com três subtemas para o tema geral: A Glória do Ministério Cristão. Na minha organização ficaria o seguinte: 1. A acusação de leviandade e a defesa de Paulo. / 2. A função da disciplina eclesiástica. / 3. Paulo contra os falsificadores do Evangelho.



A acusação de leviandade e a defesa de Paulo



Quando o Senhor Jesus Cristo apareceu a Ananias, seu discípulo em Damasco, disse claramente a respeito de Paulo não somente que ele era um instrumento escolhido para levar o Seu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel, mas também que lhe mostraria quanto lhe importava sofrer pelo Seu nome (Atos dos Apóstolos 9.15-16). E de fato o apóstolo levou esses ensinamentos por toda a sua vida em sua própria carne, pois como disse a Timóteo: todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos (II Timóteo 3.12).




E como grande estudioso das Sagradas Letras, Paulo era sabedor dessa realidade espiritual, todos quantos se destacaram como líderes do povo de Deus sofreram no mínimo a ingratidão, a calúnia, a inveja, a resistência direta a sua autoridade e o desprezo. Pois Moisés sendo fiel em todos os preceitos da Casa de Deus e da sua Lei, sendo mediador da Antiga Aliança, ao qual o Senhor falava com ele no monte Sinai e lá havia fogo palpável e ardente, e escuridão, e trevas, e tempestade, e quando a congregação de Israel via tudo àquilo, assustada pedia que o Senhor não mais falasse, pois já não suportavam o que lhes era ordenado: Até um animal, se tocar o monte, será apedrejado. Deus mostrava que Moisés era o líder inconteste do povo israelita, pois até mesmo o seu rosto resplandecia (Êxodo 34. 30)



Porém isso não impediu a rebelião de Corá, que era primo de Moisés (cf. Êxodo 6.16-21 e Números 16.1), e que tomou consigo a Datã e a Abirão, dizendo que Moisés não era o único santo da congregação, que toda congregação de Israel era santa por si mesma, e convidou o povo a pegar o incenso e desrespeitar a unção de Arão como sacerdote e de Moisés como guia. E o povo não só se rebelou contra Moisés nessa ocasião, mas antes já tinham dito: Levantemos um capitão e voltemos para o Egito (Números 14.4).



Falei de Moisés porque ele é um caso clássico de como o diabo influi nos incrédulos para que estes tentem destruir a obra de Deus através dos séculos, mas se quisermos ser justos não podemos parar em Moisés antes de citar os casos em que Davi é questionado como líder, por exemplo, como na ocasião da rebelião de Absalão ao qual disse aos emissários secretos que espalhou por todas as tribos de Israel: Quando ouvirdes o som das trombetas, direis: Absalão é rei em Hebrom. Ou quando chegou Davi a Baurim, e lhe saiu ao encontro um homem da família da casa de Saul, cujo nome era Simei, e que gratuitamente lhe ia amaldiçoando e lhe atirava pedras, dizendo: Fora daqui, fora, homem de sangue, homem de Belial, o Senhor te deu, agora, a paga de todo o sangue da casa de Saul, cujo reino usurpaste; o Senhor já o entregou nas mãos de teu filho Absalão; eis-te, agora, na tua desgraça, porque és homem de sangue (II Samuel 16.5-8).



Citando também como os profetas eram desprezados, a exemplo de Jeremias. E falando também do próprio Cristo que não apenas foi desprezado e resistido pelos fariseus, como suportou a traição de Judas que se dizia seu amigo, como foi entregue pelos príncipes do seu povo e ouviu as vozes que diziam Fora com este! Solta-nos Barrabás! (Lucas 23.18)



Paulo por sua vez estava sendo acusado de leviandade, ou seja, que ele era um homem que falava antes de pensar, que era precipitado e inconstante e indigno de confiança. Isto tudo porque ele decidiu mudar o curso de sua viagem. Essa crítica teria evoluído para se dizer que mais do que decisão forte e refletida, faltava a Paulo integridade. Paulo então passa a defender-se dizendo que sempre viveu em santidade (nos melhores manuscritos, segundo Lawrence Richards, encontra-se a palavra integridade) e sinceridade. Dizendo que mantém o testemunho da sua consciência intacto. E apela para compreensão dos coríntios segundo as obras que ele praticou estando com eles.



Paulo então tenta mostrar a razão porque mudou seus planos decidindo encontrar-se com eles primeiro e ainda demorando em retornar para lá afim de não se encontrar com tristeza na frente deles, pois se Paulo os entristecersse, quem havia de alegrá-lo, senão aqueles que estariam entristecidos por ele mesmo? Então o apóstolo no meio de tanta controversa e depois de receber acusações tão fortes quanto descabidas, ensina-nos duas lições muito importantes. Os que estão na obra de Deus não tomam decisão por sua vontade, porém visam à vontade de Deus, que é boa, pura, amável e cheia de misericórdia; e que os lideres na obra de Deus pensam antes nas ovelhas e na restauração delas ao Senhor do que no seu próprio conforto ou orgulho.



Por essa razão Deus influenciou o apóstolo a seguir um caminho diferente daquele que ele mesmo propôs. Paulo acreditou que essa mudança seria de fato a melhor coisa a se fazer. E agora estava mostrando aos seus irmãos coríntios que aquilo que ele fez não foi movido por capricho. Antes o que servem ao Senhor como Arão servia tem os seus polegares direitos das mãos e dos pés consagrados a Deus (Êxodo 29.20), simbolizando claramente que estes não executam a sua própria vontade, mas como servos de Deus são guiados pelo Espírito Santo, porque oramos: venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu (Mateus 6.10), ou como está escrito: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (Mateus 7.21), pois Cristo assim disse: Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou (João 6.38). Operando Deus quem lhe impedirá?



Por fim, o apóstolo reconhecendo a vontade dAquele que tem o poder para dizer o amém (II Coríntios 2.20), discorre aos coríntios que ele mesmo também desejava a modificação dos seus planos para não voltar a encontrar-me convosco em tristeza [seja qual for o motivo causador dessa tristeza, não discutiremos essa questão particular para não tomar mais espaço]. Nisso vemos o valor do apostolado de Paulo, que nada difere das boas intenções que Moisés tinha em relação ao povo desobediente e rebelde e das boas intenções de Davi, que não se vingou de Absalão nem de Simei. O verdadeiro servo de Cristo age dessa forma: se deixando gastar pelas almas das ovelhas, ainda que incompreensivelmente amando-os cada vez mais, seja menos amado (II Coríntios 12.15, ARC).












A escolha por II Coríntios




Que as lições bíblicas da CPAD estão entre as melhores do Brasil no sentido de currículo e comentário teológico não há dúvida alguma. Mas como primeira postagem desse blog, podemos discutir porque elas são de fato tão boas.



Primeiro a qualidade gráfica que sempre foi o calcanhar-de-aquiles, em minha opinião, tem sido modificado para melhor nos últimos anos, mais precisamente depois de 2007.



Depois qual editora tem figuras como Antonio Gilberto, Elienai Cabral, Elinaldo Renovato e Claudionor de Andrade?



Ainda a busca por assuntos atuais e também de profundidade teológica são os pontos mais positivos que colaboram com o excelente currículo das Lições Bíblicas. Somente para citar algumas revistas que comprovam isso: Ética Cristã, Confrontando as questões morais; E agora, como viveremos? A resposta cristã para tempos de crise e calamidade moral; Tempos Trabalhosos, Como enfrentar os desafios deste século; I João – Os Fundamentos da fé cristã e a perfeita comunhão com o Pai.



Em tempos de confusão sobre dons espirituais, sobre a organização do culto e em que cada vez mais vemos falsos apóstolos mercadejando o Evangelho de Cristo, lições como I e II Coríntios são fundamentais para Igreja de Cristo. Mais do que ensino sobre fábulas ou genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé (I Timóteo 1.4), devemos nos entender no papel de igreja, dando a Cristo um culto racional, que é nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus ( Romanos 12.1)



Mas talvez, colocar duas as epístolas juntas, como fez a CPAD no quarto trimestre de 1997, não tenha sido o algo mais adequado a se fazer. Provavelmente pôr uma lição para cada epístola em um espaço de tempo que não seja muito curto nem muito longo, seis meses, por exemplo, seja o mais indicado. A CPAD fez isso e está de parabéns, ela com certeza é um dos grandes trunfos da Assembléia de Deus no Brasil. São 70 anos para comemorar e com expectativa positiva de futuro.