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Lição 5ª - O Reino de Deus Através da Igreja


Nessa oportunidade temos a alegria de contar com um comentário suscinto, objetivo, bem escrito e rico de citações teológicas e bíblicas como é costume dos comentários escritos pelo mosso irmão Carlos. Espero que vocês aproveitem o que foi escrito e que sejamos todos abeçoados pela Palavra de Deus. 



Escrito por Carlos Antonio de Souza, professor da classe das senhoras




O Reino de Deus através da Igreja




O Novo Testamento classifica a raça humana em três povos distintos: o judeu, o gentio e a “igreja de Deus”. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus (I Coríntios 10.32).



A igreja é o conjunto de todos aqueles que creem em Cristo pela fé e que passam a viver em comunhão uns com os outros. Ela é descrita como: corpo de Cristo, templo de Deus, noiva de Cristo, povo de Deus e outras figuras que acentuam o seu caráter de comunidade e solidariedade.





I – O Reino de Deus e a Igreja



A Igreja tem uma importância tão grande no propósito de Deus, que ela foi chamada para ser o principal agente do Reino de Deus no mundo (I Pedro 2.9). Para que isso aconteça, a Igreja e seus membros precisam manifestar os sinais do Reino, ser instrumentos do reino na vida das pessoas, da sociedade, do mundo.



Sempre que a Igreja busca em primeiro lugar a glória de Deus, fazer a vontade de Deus, viver uma vida de humildade, amor, abnegação, altruísmo, solidariedade, etc. Ela se torna agente e instrumento do Reino.





II – O Reino de Deus presente na Igreja



O apóstolo Paulo escreveu aos gálatas dizendo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei (Gálatas 4.4). Cristo veio a este mundo, morreu e ressuscitou; e de mesmo disse ter consumado a obra que o Pai lhe deu (João 17.4).



Portanto cremos que há uma dimensão presente do seu Reino entre nós. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós (Lucas 17.21). Porém sabemos que a plenitude desse Reino ainda é futura.



Portanto, além de presente na Igreja, ele também é futuro. Todos nós como cristãos sabemos que o Reino está presente na Igreja e já veio num novo sentido em Cristo, que ele pode vir na nossa própria vida, mas que ainda não veio plenamente.



Desse modo, devemos viver no mundo presente como súditos desse Reino, em obediência, humildade, comunhão e servindo como Jesus nos ensinou (Lucas 22.27).





III – Quem é o maior no Reino de Deus



No “sermão da montanha” Jesus mostrou que o orgulho e a altivez de espírito não devem fazer parte da vida de seus seguidores (Mateus 5.3). Jesus disse que o amor seria a marca distintiva dos seus seguidores (João 15.35). Infelizmente, muitas disputas entre eles eram destituídas desse grande sentimento (Filipenses 2.5-8).



Em uma dessas discussões eles arrazoavam entre si para ver quem era o maior no Reino dos Céus, mas Jesus logo resolveu a questão: Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus (Mateus 18.4).







O Reino de Deus torna-se presente quando os crentes se unem para invocar a Deus como Pai, quando reconhecem a Sua soberania sobre suas vidas, quando O reverenciam e se submetem a Ele, quando procuram fazer a Sua vontade na terra como ela é feita nos céus. Amém!




LIÇÃO 4ª- A COMISSÃO CULTURAL E A GRANDE COMISSÃO

Este comentário foi escrito pelo nosso vice dirigente da escola dominical, Aguinaldo Barbosa



Regozijai-vos no Senhor, outra vez digo regozijai-vos (Filipenses 4.4).


Saúdo a todos com a paz do Senhor. Paz que excede a todo entendimento. Verdadeiramente me sinto regozijado em ter sido solicitado a fazer este pequeno comentário sobre esta grande lição a respeito da:

A COMISSÃO CULTURAL E A GRANDE COMISSÃO


[Comissão] - Derivado de “encarregado de serviço” (Atos 26.12).


Ao nos deparar com o início da Criação notamos o valor que DEUS deu ao homem, além disso, delegou ao homem tarefas e deveres e lhe deu também, de certa forma, autoridade (Gênesis 1.26). Muitas vezes nos perguntamos por que o homem é tão apegado as coisas matérias, como casas, carros, fazendas, riquezas e poder. Mas se analisar-nos, tudo isso provêm da terra (Gênesis 2.5-8).


A MISSÃO INTEGRAL COMO MANDAMENTO DIVINO


Mesmo o homem recebendo todo apoio [e] toda orientação divina, pecou, fraquejou, caiu e ficou preso à lei do pecado e sujeito a morte eterna (Romanos 6.23; 7.7). Mas DEUS nos deu seu único filho (unigênito) (João 3.16) e ele não se negou (Lucas 19.10). [No entanto] ele nos comissionou (Mateus 11.28). Mais adiante ele se compromete a nos qualificar esta obra (Marcos 1.17; Lucas 5.10), em seguida ele nos ordena a evangelizar (Marcos 6.15).


A COMISSÃO CULTURAL E O DEVER DA IGREJA


DEUS nos outorgou o dever e responsabilidade de cuidar da moral e da ética cristã. Em respeito à Bíblia Sagrada nós quando éramos gentios muita vezes [pensamos] que estávamos fazendo aquilo que agradava a DEUS (Atos 22.3-5). Seguindo costumes e tradições que acompanhavam nossa cultura (Isaías 41.29; Atos 15.20; I Tessalonicenses 5.1.9). Isso muitas vezes nos acompanhava desde nossa infância. De forma que alguém diz que vai morrer na lei que nasceu, pela qual foi ensinado.


Como gentios, no entanto, sabemos que CRISTO conta conosco para divulgação do Reino cumprindo o ide glorioso (Marcos 16.15). De onde suje A GRANDE COMISSÃO?


Quando Nicodemos tem o encontro com JESUS descobre que mesmo sendo mestre (doutor da lei) não conhecia nada a respeito da salvação e do amor de DEUS para com os homens (João 3.16).


Aqueles a quem DEUS alcançou pela fé já estavam automaticamente salvos por crerem em JESUS e no seu amor (Marcos 16.16), pois o filho de DEUS veio ao mundo não para condená-los, mas sim para salvo-los (Lucas 19.10) e veio trazer paz, descanso e alívio as nossas almas (Mateus 11.28).


Esta chamada específica que o SENHOR JESUS nos fez foi muito importante, pois nos comissionou a pregar o Reino de DEUS. isso é maravilhoso, saber que fomos escolhidos para esta tarefa (João 15.16), neste desafio.


Não podemos fazer acepção de pessoas, pois ele mesmo nos deu o exemplo (João 4.9-10). Os seus discípulos vendo que o mestre não fazia acepção de pessoas não sabiam como agirem (João 4.27), eles estavam na fase de aprendizagem, pois no futuro precisariam dar seqüência ao que tinha aprendido (veja o caso de Felipe em Atos 8.26-27, de Pedro em Atos 10.21-22 e de Paulo em Atos 16.27-28, 31-32).


Se quisermos mesmo pregar o evangelho devemos agir como os santos homens de DEUS agiram, quebrando barreiras e tradições que só fazem afastar os homens do DEUS vivo (Atos 10.28-29). Falemos de JESUS e do amor de DEUS e Mestre, que os ídolos são meras caricaturas, pois quem opera em tudo e em TODOS é DEUS (Atos 17.23-25).


Como diz as Escrituras trabalhemos em quanto é dia, pois, a noite se aproxima deste grande mar que é o mundo, com a concupiscência, com as suas glórias, com suas máscaras, pessoas que pensam que sabem, mas que na verdade são como crianças (Jonas 4.10-11).


Não devemos nunca desistir, mesmo que os homens se corrompam dia a dia, se entregue a devassidão e tudo quanto DEUS abomina, sabemos que tudo é possível a DEUS (Lucas 1.37). AMÉM.





LIÇÃO 3ª- A VIDA DO NOVO CONVERTIDO



ESCRITO PELO NOSSO DIRIGENTE DA ESCOLA DOMINICAL EM PEREIRA CARNEIRO 1 GILVAN GOMES, DIÁCONO DA NOSSA IGREJA EM ZUMBI 1


E se alguém está em Cristo. Nova criatura é , as coisas velhas já passaram eis que tudo se fez novo (II Coríntios 5.17).

Queridos irmãos, este texto além de instrutivo é também confortante uma vez que ele mostra a nossa posição agora em Cristo como nova criatura. Quem já passou pelo novo nascimento sabe que é uma das etapas mais lindas na vida do cristão, e ao mesmo tempo é o período em que mais uma das etapas da nossa nova vida em Cristo [é completada], [sendo assim logo] alcançaremos no tempo certo a maturidade espiritual e conseqüentemente a medida de varão perfeito. (Ef. 4.13)"Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo".

O que é um novo convertido?

Dentre alguns significados para a palavra "convertido", que deriva do verbo converter, estão os seguintes adjetivos: "mudado", "transformado", "aquele que se converteu", "converso". 

Lembro-me que certa feita peguei a estrada rumo a uma determinada cidade, certo de estar no caminho correto me dei por conta que já havia passado da entrada da cidade pelo menos vinte km, parei tomei informações e retornei ao caminho certo, ao meu objetivo, no final cheguei a conclusão de que havia alongado o percurso em pelo menos (40km); a experiência não foi uma das melhores porque eu estava convicto de que estava no caminho certo.

É mais ou menos assim que se sente um novo convertido, frustrado por ter percorrido um longo caminho distante cada vez mais do seu Criador e ao mesmo instante feliz por alguém lhe orientar ao caminho de volta. "Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados" (Tiago 5.20).


A ESTRUTURA DO NOVO CONVERTIDO

Quando a estrutura de um novo convertido talvez fosse um certo exagero afirmar que é forte como um pilar principal de um edifício , ao pensar que também é frágil como uma rosa no jardim.

Forte como pilar de um edifício. Isso fala da segurança que ele agora como nova criatura em Cristo Jesus adquire quando recebe a fé salvadora (Efésios 2.8 e Tito 3.5) "Não pelas obras de justiça que houvêssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo" notemos que ele está sempre pronto para servir ainda que tenha apenas 5 pães e 2 peixinhos (Mateus 14.17).
 
Frágil como uma rosa. Comparar o novo convertido como uma rosa é mostrar cuidado que devemos ter quando manipulamos as rosas, pois além de serem muitos frágeis,  não duram muito fora do jardim (igreja). Sendo assim, tanto um novo convertido quanto um crente mais antigo na fé não podem abandonar alguns princípios básicos para continuarmos crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. "E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens" (Lucas 2.52)

Afinal o que é preciso para continuarmos crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo?

01 - Estudar a Bíblia - Estude diariamente, pois o verdadeiro alimento da alma se extrai da leitura das Escrituras Sagradas - (Isaías 12:3 / Mateus 4:4 / Salmos 1:2 / Salmos 119:11). Esse estudo deve ser sistemático, diário e contínuo. Ore antes de ler a Bíblia para que Deus abra o entendimento de sua Palavra.


02 - Viver fielmente - O sistema que domina o mundo é mal e está sob a ação dos poderes das trevas.Por isso os valores morais e espirituais estão em farta decadência. Nós somos tentados a abandonar o nosso ideal em Cristo, por isso precisamos RESISTIR firmes - (Efésios 6.11-13) e permanecer fiéis - (Salmos 101.6).


03 - Manter comunhão- Com Deus e com os nossos irmãos (outros crentes) e permanecemos em nossa congregação (Hebreus 10.24 e 25). Nunca devemos permitir que o diabo ou outro ser, nos coloque contra nossos irmãos, a quem devemos amar cordialmente (Romanos 12.10) e servir prazerosamente. Uma brasa para se manter acesa deve está próxima das outras brasas vivas.


04 - Dar testemunho - De Jesus Cristo, aos outros (Marcos 5.18-20). Testemunhar é contar aos outros as coisas que Jesus fez por nós (Salmos 116.12 e 13). Faz-se necessário que comuniquemos nossa vitória a outras pessoas, para que também sejam salvas.



05 - Orar sem cessar - Em I Tessalonicenses 5.17 - Jesus ensina a orar continuamente. Orar é falar com Deus o que pensamos. Deus promete ouvir e responder nossas orações (II Coríntios 7.15) A oração é a respiração da alma.A oração pode ser verbal (expressa em palavras) e mental (expressa em pensamentos). Quando estamos orando estamos falando com Deus e quando lemos a Bíblia, Deus está falando conosco.



06 - Tornar-se aluno da “Escola Dominical” - [A Escola Dominical] é gratuita e aberta a todas as pessoas. Precisamos examinar as escrituras (João 5.39) e conhecer melhor o Deus que servimos. A Escola é o melhor caminho e o recurso da Igreja para transmitir conhecimento aos crentes. Não devemos ler a Bíblia para acharmos um bom texto para um sermão.Devemos ler a Bíblia para conhecermos mais e mais a Deus.



07 - Participar dos cultos de doutrina - O nosso amadurecimento espiritual (entender as coisas de Deus), provém basicamente dos ensinos doutrinários oferecidos nestes cultos. Ali ficamos sabendo diferenciar o certo do errado (Hebreus 5.14 / I Coríntios 2.12 / Levíticos 10.10). Hoje fala-se muito em avivamento. Mas todos os maiores avivamentos bíblicos vieram através da leitura da Palavra.


O novo convertido que observar estas instruções e aplicá-las no seu dia-a-dia, certamente desenvolverá uma fé genuína e crescerá na graça e no conhecimento do Senhor Jesus. É bem verdade que deve enfrentar lutas diversas, mas, os grandes vencedores são aqueles que não temem as lutas, mas, as enfrentam com dignidade e fazendo uso das armas certas.



Lição 2ª - A Mensagem do Reino de Deus



COMENTÁRIO DESTA LIÇÃO FOI ESCRITO PELO NOSSO PROFESSOR DA CLASSE DOS JOVENS, O IRMÃO EZEQUIEL CARVALHO, PROFESSOR DUAS VEZES, O FUTURO ADVOGADO. - Flávio José








A MENSAGEM DO REINO DE DEUS



Sofrimento, sentimento de abandono e falta de sentido: expressões de quando não escutamos a voz de Deus 



O professor de teologia histórica da Universidade de Oxford (Inglaterra), Alister McGrath, é muito sincero ao afirmar que o sofrimento (onde se inclui obviamente o mal e as catástrofes acidentais) “suscita diversos problemas para a fé cristã”.


Recentemente surgiu uma filosofia chamada de “teísmo aberto”. Os adeptos desse pensamento “cansaram” de tentar entender um destino evidente criado por Deus para o mundo. Sendo assim, não acreditam que Deus controla tudo. Afirmam: “Deus não é a causa de tudo, nem é Todo-Poderoso, em última análise, o mundo acontece por vontade humana”. Assim eles tentam “absolver” Deus de tudo aquilo que dá errado no mundo.


Mas o que Deus diz sobre tudo isso? Qual seria a mensagem do Seu Reino? O que Deus responderia para uma mãe que teve sua filha violentamente assassinada, ou até mesmo, covardemente abusada? O que diria a um pai que teve sua família soterrada em um desmoronamento de sua própria casa?


Jó experimentou o silêncio de Deus e para ele isso era um grande absurdo, pois se até mesmo um homem compadece-se do sofrimento do seu próximo, por que Deus não poderia ao menos lhe responder?


E agora derrama-se em mim a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim. De noite se me traspassam os meus ossos, e os meus nervos não descansam. Pela grandeza do meu mal está desfigurada a minha veste, que, como a gola da minha túnica, me cinge. Lançou-me na lama, e fiquei semelhante ao pó e à cinza.
Clamo a ti, porém, tu não me respondes; estou em pé, porém, para mim não atentas. Tornaste-te cruel contra mim; com a força da tua mão resistes violentamente. Levantas-me sobre o vento, fazes-me cavalgar sobre ele, e derretes-me o ser.
Porque eu sei que me levarás à morte e à casa do ajuntamento determinada a todos os viventes. Porém não estenderá a mão para o túmulo, ainda que eles clamem na sua destruição.
Porventura não chorei sobre aquele que estava aflito, ou não se angustiou a minha alma pelo necessitado? Todavia aguardando eu o bem, então me veio o mal, esperando eu a luz, veio a escuridão (Jó 30.16-26).




A mensagem do Reino de Deus anunciada



Alguém lendo até aqui deve ter se perguntado: “o tema não era ‘a mensagem do Reino de Deus’, como, então, estamos falando de sofrimento”?


Estamos falando de sofrimento porque nenhuma palavra pode combinar tão bem com aquilo que os judeus estavam passando na Palestina no tempo do advento de Jesus Cristo.


Os judeus passaram um pouco mais de 400 anos sendo dominados pelos mais diferentes povos e reinos (pelo Império Persa, pelo império de Alexandre, o Grande, pelo império dos Ptolomeus, pelo império dos sírios selêucidas, que com Antíoco IV, tentaram construir um altar ao deus pagão Júpiter dentro do Templo de Jerusalém, forçaram os judeus a comerem carne de porco, proibiram a observância do sábado e destruíram muitos exemplares das Santas Escrituras hebraicas; e pela dominação romana, que também foi cruel e humilhante).


Fora isso, acrescente o fato de não ter se levantando um grande profeta em Israel nem um líder piedoso que falasse em nome Deus para confortá-los. Houve até profetas, como a profetisa Ana (ver Lucas 2.36) e líderes como Anás e Caifás (sumos sacerdotes), mas ninguém que unisse a nação com um apelo de reavivamento espiritual.


Eis os motivos do sofrimento judaico. O sofrimento não é nenhuma elucubração filosófica. É vivo. Somente quem já sofreu e não foi consolado sabe o que é o abandono, não nas frias páginas de um dicionário, mas em carne viva.


Contudo algo parecia mudar. A esperança hebraica do Messias era algo inabalável e até mesmo os samaritanos sabiam que quando ele se manifestasse responderia todas as perguntas aparentemente sem respostas. Pois a mulher samaritana disse: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo (João 4.25).  


Quando então João Batista apareceu pregando no deserto da Judéia os judeus acreditavam fortemente na possibilidade de ser ele o Messias. E, estando o povo em expectação, e pensando todos de João, em seus corações, se porventura seria o Cristo (Lucas 3.15), no entanto, João respondeu: E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo (João 1.20).


Mas aí os fariseus perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não. Disseram-lhe, pois: Quem és? Para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías (João 1.21-23).


João Batista confessou não ser o Cristo, mas alegou estar preparando o caminho para a chegada dele. Não só dele, mas do seu Reino. E afirmava: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus (Mateus 3.2).


Antes de continuarmos vale aqui uma informação: os judeus esperavam a vinda do Messias, mas não tinham a compreensão do que o Messias seria Deus humanizado, pois teriam de ter uma formação teológica que abrisse espaço para compreensão da Encarnação e da Trindade. Esses dois conceitos inexistem no judaísmo.


O Messias seria um rei terreno, alguém da descendência de Davi que instauraria o reino messiânico, um vislumbre do Reino dos Céus aqui na terra. Por isso, a dificuldade dos judeus em considerar aquele, que para eles era apenas o filho de uma camponesa com um carpinteiro, como o Messias prometido.




Qual era a mensagem do Reino de Deus?



Na lição passada estudamos o projeto do Reino de Deus. O projeto do Reino de Deus é conceder-nos uma cidadania celestial, pois Deus quer que entendamos que o Seu Reino não é deste mundo. Não que Deus não tenha domínio sobre todas as coisas, pelo contrário, como diz o salmista: “para onde fugirei da tua face?” (Salmos 139.7-12), pois do abismo até o mais alto céu, tudo está diante de Deus; mas o Reino de Deus não é deste mundo, ou seja, não possui origem terrena.


E aí está a maior de todas as questões: nós não fomos feitos para viver longe de Deus. Deus criou o paraíso, nós o rejeitamos, desprezamos a Deus e a nós mesmos. Mas aprouve ao Senhor restaurar todas as coisas. Criar um novo mundo sem o pecado nem a morte, sem qualquer sofrimento, onde as lágrimas não existem mais.


E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas (...) (Apocalipse 21.4-5).


Certa vez os fariseus questionaram a Jesus sobre o tempo em que haveria de se manifestar o Reino de Deus. Até que ponto a falta de fé pode limitar a nossa visão! Eles esperavam o Reino dos Céus com um limite geográfico. Não sabiam que era Deus o que falava com eles.


Fico imaginando o que Cristo deve ter pensado ao ouvir aquilo. Porém, Jesus não se zangou, nem deu uma resposta atravessada, mas como o Pai da misericórdia e Deus de toda consolação (II Coríntios 1.3), ele respondeu: o Reino de Deus está entre vós (Lucas 17.20).


O Reino de Deus não tem limites. Não está preso dentro da Igreja, não pertence a uma denominação. A Igreja no máximo conduz ao caminho certo, a porta estreita (Jesus). É a mensageira do Rei. A palavra hebraica e grega para reino, ao contrário da usada no português (que tem origem no latim), permite essa interpretação: um reino sem limites.


Paradoxalmente, contudo, o Reino sem limites de Deus pode ser algo vivido particularmente, como uma experiência individual. O homem carnal não pode herdar o Reino de Deus, pois está escrito: a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus (I Coríntios 15.50). E Cristo explicar o porquê: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito (João 3.5-6).


Somente aquele que é nascido de Deus em fé, pode entender isso. Somente pela fé Abraão sacrificaria Isaque, somente pela fé Moisés rejeitaria ser o futuro Faraó para morar com seus irmãos hebreus na escravidão, somente pela fé ele tocaria o Mar Vermelho esperando que ele se abrisse para o povo caminhar a pés enxutos, somente pela fé Davi enfrentaria um gigante sem nenhuma armadura, somente pela fé os justos enfrentariam escárnios, açoites, prisões e mortes violentas por uma pátria que nunca viram.


Sem fé nada faz sentido. Mas o Reino de Deus é representado na cruz do Calvário. Como diz o hino: “Pela via dolorosa a sofrer terrível dor como ovelha veio a Cristo, Rei, Senhor. Quanto amor Jesus mostrou morrendo ali, por ti e por mim. Pela via dolorosa ao calvário... Segue enfim”.  Porque não é feito do que é aparente, mas daquilo que se revela superior.



Todo sofrimento precisa respeitado e curado. Jesus mostrou compaixão dos homens, porque viu ovelhas desgarradas, como que sem pastor (Mateus 9.36) e falou aquilo que penso ser a mensagem do Reino: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei (Mateus 11.28).


Precisamos anunciar essa verdade. Deus não se esquece de nenhum dos seus filhos. Nenhuma injustiça será esquecida, nenhuma lágrima cairá em vão. Pois o que está escrito em Naum? O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em poder, e ao culpado não tem por inocente; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés. O SENHOR é bom, ele serve de fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele (Naum 1.3-7).


O profeta Isaías, sendo porta-voz do Senhor, também diz: Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão continuamente diante de mim (Isaías 49.15-16).


A Igreja tem uma missão muito grandiosa. Pelo poder do Espírito Santo precisa não se conformar com esse mundo, mas sempre tentar renová-lo (Romanos 12.2). Lutar contra toda injustiça e perversidade, que são obras do diabo, e o mais importante: apontar para a cruz de Cristo. Não é missão da Igreja encontrar todas as respostas, pois todas as respostas serão dadas por Ele naquele grande dia, é missão da Igreja dizer como Paulo:


Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada (Romanos 8.18)