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LIÇÃO 1ª - O LIVRO DE ÊXODO E O CATIVEIRO DE ISRAEL NO EGITO


ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO NOSSO PROFESSOR DA CLASSE DOS SENHORES O IRMÃO FLÁVIO JOSÉ.


INTRODUÇÃO


A escolha de Israel como povo-servo já estava explícita nas declarações do conserto patriarcal, mas foi somente com a libertação ocasionada pelo Êxodo que a nação como tal entrou em existência histórica. O êxodo é de extrema importância teológica como ato de Deus que destaca um momento decisivo na história de Israel, um evento que marca a transição de povo para nação. Mas transcendente isso em significação, pois, corretamente compreendido, o êxodo também é precisamente o evento e o momento que coincide com a expressão histórica da eleição por Deus. A escolha de Israel como povo especial do Senhor não aconteceu no monte Sinai, mas na terra de Gósen. O êxodo foi o evento eletivo; o Sinai foi a formalização do concerto. Vemos que esta é a intenção da estrutura canônica na leitura compenetrada e cuidadosa dos primeiros capítulos de Êxodo que estão repletos de alusões a esta ordem de eventos. Temos de admitir que até a libertação ocorrida no mar Vermelho, o povo hebreu era visto como herdeiro das promessas do concerto patriarcal, mas a eleição à servidão como evento histórico e até teológico só tomou forma decisiva no próprio ato redentor.


Como o povo só com a referência de seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó, permaneceram em oração. Não tinha a referência da lei e dos profetas que transmitissem a Palavra de Deus; ficaram apegados apenas na promessa e se passaram décadas, gerações e mesmo assim o povo permaneceu clamando a Deus. Não há dúvida de que Êxodo 19. 4-6 é o texto mais teologicamente significativo no livro do Êxodo, pois é a chave entre as promessas patriarcais de filiação de Israel e o concerto sinaítico por meio de qual Israel se tornou a nação serva do Senhor. Abrange o evento do êxodo, que marcou a eleição de Israel, e oferece ao povo eleito a oportunidade do papel privilegiado de mediação entre o Deus soberano e todo o reino da criação.


Em Atos dos apóstolos temos no capitulo 7, um resumo do que aconteceu com Moisés no Egito, eu chamo de os três momentos da vida de Moisés. Os seus primeiros quarenta anos foram no Egito, vida de príncipe, no segundo um exílio no deserto e o terceiro um libertador, líder e profeta. Ele tinha conhecimento da sua chamada, sabia do livramento de Deus na sua vida, foi ensinado pela sua mãe acerca de Deus, da sua palavra, do seu povo, do pecado, das promessas divinas e da fé no Criador e isso com certeza no coração do profeta.  A filha de faraó teve um papel muito importante na vida do profeta, ela introduz Moisés na corte egípcia. A providência de Deus é claramente vista no retrospecto desses eventos, pela escolha de Moisés para liderar os israelitas e ser a própria voz do Todo-poderoso diante de faraó. Devido à sua formação, ele conhecia as formalidades da corte e tinha um acesso ao rei que provavelmente era negado à maioria dos escravos hebreus.



Êxodo foi escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e redentores de Deus, pelos quais foi liberto do Egito e organizado como a sua nação escolhida. Pelos mesmos atos divinos, Israel também recebeu a revelação escrita, do conserto entre Deus e aquela nação. Também foi escrito como um elo extremamente importante da auto revelação geral e progressiva de Deus, que culminou na pessoa de Jesus Cristo e no N.T. A prefiguração da redenção que temos no novo pacto, é evidente em todo livro de Êxodo. A primeira Páscoa, a travessia do mar vermelho e a outorga a lei no monte Sinai são, para o velho concerto, aquilo que a vida, morte e ressurreição de Jesus, e o outorga do Espírito Santo no pentecostes, são para o novo concerto. Espero poder contribuir edificando vidas com este comentário, que Deus continue a abençoar o seu povo.

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