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Lição 11ª - A Excelência do Ministério

Não sei verdadeiramente o motivo pelo qual o irmão Manassés (que faria o comentário à 11ª lição) não me repassou o seu comentário. De qualquer forma, para não ficar em branco, estou propondo esse comentário:

P.S.: Se ele me mandar posterior o seu comentário, eu publico.

Para além dessa vida: O Ministério Cristão

Uma das coisas mais difíceis que se pede a um cristão genuíno é pensar para além dessa vida. O que assistimos hoje em peso na cristandade é pessoas voltadas quase que exclusivamente para o mundo presente. Dessa forma fica mais fácil acreditar que a igreja está passando pelo seu período “Laodicéia”: pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu (Apocalipse 3.17)


Entrando no universo do profeta Jeremias, encontramos seu fiel escudeiro Baruque. Baruque possuía família de grande importância em Jerusalém. Segundo nos relata o professor Lawrence Richards (RICHARDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia, RJ: CPAD, 2005, p. 475) Baruque foi neto do governador de Jerusalém (II Crônicas 34.8) e irmão de um funcionário de alta graduação no tribunal do rei Zedequias. Mesmo tendo um futuro promissor, preferiu Baruque ser “secretário” do desacreditado Jeremias.


Com certeza era um homem de grande fé, temente a Deus, do contrário não teria permanecido com Jeremias, aliás, se não fosse um homem de Deus, teria fechado o ouvido as palavras do profeta, como fez a maioria de Jerusalém por 40 anos. Dessa forma Baruque escreveu a mando de Jeremias um dos livros mais extensos da Bíblia e não somente escreveu como também leu para todos ouvi as palavras de Jeremias: Fez Baruque, filho de Nerias, segundo tudo quanto lhe havia ordenado Jeremias, o profeta, e leu naquele livro as palavras do SENHOR, na Casa do SENHOR (Jeremias 36.8).


Quem já tentou pregar em um ambiente hostil sabe o que Baruque passou. Contudo na parte final do livro de Jeremias, o profeta lança uma profecia a respeito do próprio Baruque. O que deve ter passado pela mente de Baruque enquanto ouvia: “Assim diz o Senhor, Deus de Israel, acerca de ti, ó Baruque (...)”? Poderia ter pensado: “agora Deus vai me dar o que sempre almejei: o reconhecimento público, riquezas...”. Mas não foi nada disso que ele ouviu.


Palavra que falou Jeremias, o profeta, a Baruque, filho de Nerias, escrevendo ele aquelas palavras num livro, ditadas por Jeremias, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, acerca de ti, ó Baruque: Disseste: Ai de mim agora! Porque me acrescentou o SENHOR tristeza ao meu sofrimento; estou cansado do meu gemer e não acho descanso. Assim lhe dirás: Isto diz o SENHOR: Eis que estou demolindo o que edifiquei e arrancando o que plantei, e isto em toda a terra. E procuras tu grandezas? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda carne, diz o SENHOR; a ti, porém, eu te darei a tua vida como despojo, em todo lugar para onde fores. (Jeremias 45)


Está mais uma vez comprovado que ninguém pode esconder os seus pensamentos do Senhor. Deus sabia que Baruque estava frustrado por não ter alcançado aquilo que planejou. E nisso ele não parece conosco? Temos muitos planos, muito desejos, quais deles serão realizados?


Nos últimos tempos eu tenho pensado muito em duas coisas:


Em primeiro lugar, Deus não tem compromisso com nada além de Seu Plano da Salvação. Deus não tem compromisso com nossos objetivos profissionais, com anseios amorosos, com nossos gostos e desejos particulares. Todavia Deus não pode me dá uma ótima esposa, um ótimo emprego, não posso fazer uma viagem internacional? Claro que sim, quem pode ir contra a sua vontade? Porém Deus considera isso nada em relação a nossa alma. Deus não estava castigando Baruque pelos seus bons serviços para Jeremias e para o Reino de Deus, Ele estava dando a Baruque o presente que realmente importava. Que adiantaria ser reconhecido ou ter posses numa cidade que seria destruída totalmente em breve? O que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma? (Mateus 16.26)


Em segundo lugar, devemos ter sempre em mente que esse mundo é passageiro e que somos peregrinos e forasteiros nesse mundo, aonde nada temos trazido (nascemos nus) e nada levaremos desse mundo. Se não pensarmos assim acrescentaremos dor e tristeza à nossa alma e vivermos em constante angústia, tendo o cristianismo como algo esterilizante, o que na verdade não é. O cristianismo para quem entende que os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios(II Pedro 3.17), significa a grande salvação dada por Deus. Tudo é questão de fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus.

Baruque não estava em pecado, mas seu raciocínio estava equivocado e esse raciocínio equivocado poderia levá-lo a pecar. Por isso, Baruque foi antecipadamente avisado por Deus. Deus hoje igualmente nos adverte sobre prioridades, para que não nos frustremos, mas que focalizemos o que verdadeiramente interessa, a nossa alma. Deus não promete a ninguém prosperidade, mas a alma por despojo.

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