ESCRITO PELO NOSSO PROFESSOR DA CLASSE DOS SENHORES IRMÃO FLÁVIO JOSÉ
INTRODUÇÃO
O escritor
é
descrito como
"Naum,
o
elcosita".
O
nome Naum
quer dizer
"consolação", "conforto"
ou "alívio". Apesar
de
que a mensagem primária de
Naum é a iminente destruição de Nínive, uma das conseqüências necessárias da queda do tirano assírio era o alívio da oprimida
Judá. Nesse sentido,
a
mensagem de Naum
justifica
o
nome
do
profeta.
Ele
não
tinha palavra de julgamento ou condenação contra seu próprio povo, mas apenas de conforto.
Ele declara, em nome do Senhor: "eu te afligi, mas não te afligirei mais. Mas
agora quebrarei o seu jugo de cima de ti, e romperei os teus laços" (1.12-13).
MENSAGEM
A nota primária da mensagem de Naum é: "A mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor". "O Senhor é um Deus zeloso e que toma vingança" (1.2). A palavra “zelosa”, neste passo, significa o intenso sentimento de Deus
para com
Seus inimigos.
Naum
apreendeu
e
declarou com
apaixonada insistência
essa grande verdade que a ira
de
Deus é
provocada pela iniqüidade. Ele tolera os homens por longo tempo, mas Sua ira termina por ser
despertada. Então Ele castiga aqueles que o têm provocado. Ele golpeia e leva a completo final. A ira de Deus é terrível e inescapável. Aquele que divide os
céus
escurecidos
pela
tempestade
com
lanças de
faíscas
e faz
rachar as rochas, é um horrível adversário. O débil homem nada significa perante Ele. Os homens
podem tomar
conselho
entre
si.
Podem dizer:
"Somos fortes. Quem nos pode derrubar?" Mas Deus,
tratará
do
caso
deles. Não
importa quão
poderosos sejam,
não
importa quantos ajudadores
possam
ter, Deus
infligir- lhes-á um golpe mortal.
Tem
havido
outros mais
fortes
que eles.
E
foram derrubados. Assim também os inimigos de Deus
sempre serão vencidos.
O PECADO
Em adição, Naum destaca dois pecados em particular, para denunciá-los. Primeiramente temos o pecado de violento poder militar. Em resultado desse mal, o sangue se derrama em rios, nações são aniquiladas, instituições são destruídas e a guerra é feita com toda espécie de ferocidade (2.11-13). Quanto àqueles que assim violam as decências da existência humana, é declarado: "Eis que estou contra ti, diz o Senhor dos exércitos". O outro pecado, que Naum denuncia, é o comércio sem escrúpulos. As nações vizinhas eram corrompidas para que eles pudessem ministrar aos luxos e vícios da cidade conquistadora. Os comerciantes, motivados por ambição pelo ouro, vendiam suas mercadorias numa cidade que desejava coisas finas. Permitia-se que a moralidade e a honestidade perecessem, a fim de que pudessem ser adquiridas as riquezas e desfrutados os prazeres (3.1-4). Contra esse pecado, semelhantemente, é decretado o mesmo julgamento, com sombria simplicidade: "Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos" (3.5).
A seu próprio povo Naum declara que os mensageiros trazendo boas novas já
estavam a caminho. Como expressão de gratidão pela destruição do opressor,
o povo de Judá deveria
observar os
períodos religiosos
e
desincumbir-se
escrupulosamente das
obrigações de sua fé (1.15).
Livro de julgamento não-aliviado
Nenhum outro livro da Bíblia é tão enfático na mensagem de julgamento e mi-
sericórdia não aproveitada. Suas únicas "boas novas" são a profecia sobre a destruição de Nínive (1.15). Foi tão grande a preocupação
do profeta com os pecados e o julgamento daquela
cidade, que os pecados de Israel ou Judá não
foram nem mesmo aludidos. O Senhor dedicou um livro inteiro para descrever
vivamente sua
grande
ira contra um povo que vivia na violência, pilhagem
e
derramamento de sangue,
e
que
deixou
de
permanecer em sua misericórdia dispensada
através de Jonas, profeta
de Deus.
Não há dúvida de que é este o livro que Jonas gostaria de ter escrito (Jn 4.2), ao
não compreender que o Senhor tinha antes uma colheita a fazer naquela
cidade. Sua curta profecia
da destruição de Nínive está aqui amplificada, sem a
data de execução, "quarenta dias". Embora o arrependimento dos ninivitas tenha adiado o seu julgamento, a retomada da antiga perversidade e violência
apenas intensificou o peso do seu castigo,
sobretudo diante
do desrespeito à sua misericórdia. A antiga cidade de Nínive era um símbolo clássico do mundo quanto ao seu
poder,
violência e rebeldia
contra Deus
desde
o
tempo de
Ninrode (Gn 10.9-11).
Mas
quando Deus ordenou sua destruição, ela foi aniquilada tão completamente que a antiga rainha das cidades ficou esquecida
durante muitos séculos, coberta
com areia, transformada em um deserto.
Admoestação internacional de Naum a todas as nações
A notável lição de Naum para as nações é que a "lei
da selva" não é a Lei de Deus. Embora
o
pecado e a violência
possam ficar
sem
punição por
algum tempo dentro da longanimidade
divina, todavia não serão esquecidos. Neste caso não está apenas em jogo o "tempo"
de Deus, mas também a justificação do seu caráter
(Êx 34.6-7; Nm 14.18). Apesar de ele ser "tardio em irar-se" e estar sempre interessado em mostrar-se misericordioso, não é absolutamente
imune à ira quando
sua
lei
é
impugnada
e
sua
graça
desprezada. O Deus
vingador descrito por
Naum é um dos
quadros mais
aterradores da Bíblia. Enquanto o Livro de Jonas apresenta a misericórdia do Senhor estendida
aos gentios desconhecedores
da
lei mosaica, Naum retrata
a
ira
e
o
julgamento divino das nações,
conheçam ou não a lei de
Moisés.
CONCLUSÃO
Mesmo sem referências especificas ao Messias no Livro de Naum, a proclamação das "boas novas" em 1.15 tem uma referência indireta a Cristo e seu evangelho. É uma referência a Isaías 52.7, mais tarde aplicada por Paulo
em Romanos 10.15 quanto ao aspecto libertador do evangelho. É um lembrete
de que o primeiro objetivo de Naum foi consolar Israel
a respeito da ameaça nacional por parte do cruel e perverso inimigo do Oriente. Além disso, as boas
novas do evangelho são
que
Cristo não somente
traz
o
livramento dos inimigos, mas
também os
benefícios
reais, da salvação
(Lc 1.71).
O
Deus
prefigurado por Naum não
é diferente do Cristo
do Novo Testamento.
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