ESCRITO PELO PROFESSOR DA CLASSE DOS SENHORES FLÁVIO JOSÉ
INTRODUÇÃO
“Não estejais
inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas
diante de Deus, pela oração de suplicas, com ação de graças. E a paz de Deus,
que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos
em Cristo Jesus” . O nosso
equilíbrio depende da nossa fé?
Por
uma fé equilibrada!
Muitos
pregam uma fé somente de bênçãos, de vitórias, de prosperidade. Chegam até
perto do absurdo de na prática (não no discurso direto) de compararem a Deus a
uma espécie de "gênio da lâmpada" pronto e na obrigação de conceder
todos os nossos desejos. Não é isso que ouvimos em quase todo o tempo em muitos
púlpitos e na TV? Convites a "aceitar" a Jesus, pois fazendo isto,
todos os nossos problemas automaticamente acabam, não ficamos mais doentes e
passamos a enriquecer; e testemunhos do tipo "depois que aceitei Jesus
passei a ser dono de meu próprio negócio, possuo três casas próprias e quatro
carros na garagem". Vemos neste tipo de discurso uma hipervalorizarão do
"eu" ao invés de Cristo, um evangelho egocêntrico e não
"Cristocêntrico", ou seja, um "pseudoevangelho" que
enfatiza que Jesus veio apenas para nos servir. Pergunto: Afinal quem é o
Senhor, Jesus ou nós?
Por
outro lado, no outro extremo, há aqueles que pregam e ensinam que para agradar
a Deus e para sermos salvos, precisamos sofrer até a morte. Que a vida aqui
nesta terra é apenas de provações e que somente seguindo o exemplo de abnegação
e morte de Jesus, devemos viver aqui uma vida inteira sem prazer algum nem
contentamento próprio, pois só assim conquistaríamos a vida eterna e
conseguiríamos cumprir os propósitos de Deus em nós e para com os nossos
semelhantes. Esta "Teologia do Sofrimento" está muito próxima àquela
que prega o uso de penitências e coisas semelhantes para o merecimento do favor
de Deus. Neste tipo de pensamento, a alegria só existe no céu, não aqui. Aqui
seria somente o caminho árduo para um dia conquistarmos com nosso sacrifício, a
salvação e a felicidade após a morte. Pergunto: Afinal quem é o Cristo, o
Salvador, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Jesus ou nós?
Apesar
dos dois exemplos supracitados serem antagônicos na maneira de enxergar a fé,
não só teoricamente, mas principalmente em sua forma prática, ambos tendem a
desvalorizar a obra vicária e salvadora consumada na cruz do calvário pelo
Senhor Jesus Cristo por nós. Ou seja, o primeiro caso "barateia" seu
sacrifício e a seriedade com que devemos observar e obedecer a seus
ensinamentos e mandamentos. Coloca-o em uma posição de servo e não de Senhor e
minimiza nossa real necessidade de salvação apresentando uma fé imediatista,
egoísta e preocupada apenas com as questões deste mundo. Por outro lado, na
visão em que o sofrimento é hipervalorizado, há uma tendência à valorização
exagerada da morte do nosso "eu", digo exagerada, pois acaba
reprimindo até nossa própria personalidade, nossos sonhos lícitos para esta
terra (não somente para eternidade), impondo-nos um fardo que Deus não colocou.
Além disso, acaba desvirtuando o único caminho de salvação que é exclusivamente
pela fé em Jesus Cristo, pois nossas próprias obras humanas são ineficientes
para nos salvar.
Com
estes tipos de pensamento fica muito difícil o equilíbrio moral e espiritual do
povo de Deus. Por isso a fé deve sofrer manutenção diária, para que o crente
não se confunda com ensinamentos heréticos. O homem tem a sua essência dentro
da tricotomia ou seja ele tem corpo, alma e espirito, dentro deste pensamento o
equilíbrio perfeito esta nas três essência. A causa de muitos suicídio esta na
falta deste equilíbrio. "Rogo-vos,
pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno da vocação com que
fostes chamados, com toda a humildade e
mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando
diligentemente guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz."
(Ef. 4.1-3).
Uma
vida cristã equilibrada vem de uma postura correta diante de Deus. Quando uma
pessoa conhece realmente a Deus e procura andar de acordo com seus preceitos
sua vida terá significado e também segurança. A exortação do apóstolo Paulo aos
de Éfeso foi: “andar de modo digno”. Este andar enfatiza um viver cristão
equilibrado. O apóstolo após falar sobre a nova sociedade criada em cristo
avança para os padrões nos quais esta sociedade deve andar. O que então seria o
contrário de uma vida equilibrada? Seria uma vida sem ética e cujas crenças são
fragmentadas. Seria uma vida incoerente. As ações não corresponderiam as suas
crenças. No entanto, entendemos que a nossa fé determina nossas experiências.
Assim sendo, o que cremos deve fazer parte do nosso viver diário. Esta é a
exortação de Paulo. A sua palavra era para que os cristãos de Éfeso vivem o
evangelho cotidianamente. Aqui está o equilíbrio: uma vida onde a fé e a
prática andam juntas.
CONCLUSÃO
Não
podemos viver um dia a todo vapor e no outro ficarmos estáticos. O evangelho
deve ser vivido com coerência, prudência e equilíbrio. Isto implica em ações
bem refletidas à luz das Escrituras. Um cristão equilibrado saberá lidar com as
questões diárias de sua vida mantendo-se firme nos alvos certos e dosará sua força utilizando-a apenas nas horas necessárias. Sua intenção é conhecer ao
Senhor e crescer diante Dele. Sua vida crescerá em maturidade à medida que
busca a Deus na oração e na Palavra. Não se desvia para outros caminhos pois
entende que o mais importante é “buscar a Deus em primeiro lugar”.
Que
Deus nos ajude!
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