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LIÇÃO 11º- A ILUSÓRIA PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS

ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELA NOSSA PROFESSORA DA CLASSE DAS SENHORAS IRMÃ JOSEFA.


Tão importante é a verdade da bondade de Deus para com Israel (isto é, o limpo de coração)2 que a batalha espiritual dos membros de Israel depende disso. Não é exagero dizer que a dúvida dessa verdade coloca em risco a salvação do limpo de coração. O salmista duvidou da verdade fundamental do evangelho lançada no versículo 1. Ele supôs que o oposto era verdadeiro. A verdade que Deus é bom para com Israel é certa, mas nem sempre certa na consciência do filho de Deus: "Quanto a mim" (v. 2).


O efeito dessa dúvida sobre a vida espiritual do salmista duvidoso foi que a dúvida o colou em extremo perigo espiritual. Seus pés quase se desviaram, pouco faltou para que seus passos escorregassem. Houve a ameaça de um desastre espiritual. Se seus pés se desviassem e seus passos escorregassem, ele seria destruído espiritualmente. Ele cairia! Pense nos pés de um alpinista se desviando para um declive abrupto, ou de um soldado escorregando e caindo na batalha. A realidade seria que sua fé em Deus cedeu e se perdeu. O salmista chegou perto de duvidar da bondade de Deus para com ele. Isso é incredulidade. Ele estava a ponto de concluir que tinha purificado seu coração em vão (v. 13). A apostasia seria o próximo passo, e o fim da apostasia é a destruição espiritual e eterna.


A experiência do salmista é aquela de todos os santos em algum tempo de suas vidas. Nas tribulações mais amargas das nossas vidas, duvidamos da bondade de Deus para conosco. Duvidando, sentimos nos afastar de Deus, que é a nossa salvação. Mas os pés do salmista não se desviaram e seus passos não escorregaram: "quase", mas não totalmente, "pouco faltou", mas não inteiramente.

A MORTE

Que situação mais difícil o homem pode enfrentar do que a morte? É ela o terrível legado que herdamos dos nossos primeiros pais, que desobedeceram ao Criador no Éden (Gn 2.15-17; 3.19; Rm 5.12). É o pagamento indesejado que recebemos por ter pecado (Rm 6.23). É o fim para o qual caminhamos a passos largos (Ec 12.1-7). Mais do que isso, é o inimigo inexorável que vem em nosso encalço para, no inevitável dia do encontro, nos deixar prostrados (Lc 12.20). Nós, coroa da criação, criados não para morrer, mas para viver eternamente!


Que é ensinado na igreja de Deus sobre o modo como o cristão deve comportar-se diante da morte? Conforme o entender dos mestres dessa igreja, qual deve ser a postura do crente quando um ente querido seu parte desta vida? Como ele pode ajudar de modo real e significativo os enlutados? E quando a morte, enfim, o vier chamar? Como deverá proceder?


As respostas dadas a todas essas perguntas devem ter como fundamento as palavras das Sagradas Escrituras. É na Bíblia que obtemos respostas claras e precisas para todas as questões relacionadas à morte, nosso cruel e último inimigo.


De modo prático, o Livro Sagrado mostra que, quando perdemos um ente querido, a tristeza e o choro diante de tão doloroso fato não são censuráveis. Davi, homem de Deus, pranteou amargamente a morte de seu filho Absalão (2Sm 18.32-33). Marta e Maria foram consumidas de tristeza pela morte de Lázaro, morte esta que levou o próprio Senhor Jesus, doador da vida, às lágrimas (Jo 11.33-35). O historiador Lucas nos conta que quando Estevão morreu apedrejado, homens piedosos o sepultaram e fizeram “grande pranto sobre ele“ (At 8.2). O mesmo Lucas narra o quanto os crentes de Jope choraram a morte de Dorcas, irmã amada por todos daquela igreja (At 9.36-39). Inúmeros são os exemplos de homens e mulheres de Deus que choraram quando viram seus queridos mortos.


O apóstolo Paulo ensina que quando o falecido é crente, o desespero por sua morte deve ser evitado. Entretanto, Paulo não ensina que é errado nos entristecermos nessas ocasiões. Diz que não devemos nos entristecer “como os demais que não têm esperança” (1Ts 4.13). Segundo ele, esse tipo de tristeza tão comum nos incrédulos só se aloja no coração de um crente quando ele esquece o fato de que os salvos ressuscitarão um dia. Para Paulo, a amarga tristeza dos incrédulos enlutados está associada à sua falta de esperança. Logo, segundo ele, os crentes não devem entristecer-se como eles uma vez que, cientes da ressurreição futura, têm real esperança.


Por isso, conforme o ensino do grande apóstolo, a postura do cristão diante da morte de outro crente querido seu deve ser de tristeza esperançosa, que é fruto da certeza da ressurreição futura dos salvos. É fato indiscutível que, de posse das verdades acerca da ressurreição dos santos (1Co 15; 1Ts 4.13-18), qualquer crente pode evitar o desespero quando a alma de um de seus queridos salvos parte para o céu. E, não bastasse essa bendita certeza, vem ainda em nosso auxílio nas horas de saudade a doce lembrança das promessas bíblicas acerca do lar celestial, presente morada das almas dos santos que partem deste mundo (Lc 16.22; 23.42,43; Fl 1.21-23; 2Tm 4.18)

CONCLUSÃO

O cristão, genuíno membro da igreja de Deus, deve aprender a se comportar adequadamente diante da morte. O estilo de vida do crente verdadeiro não é mera representação teatral, que, em face dos mais profundos sofrimentos da vida, permite tirar a máscara de santidade e revelar desespero e ódio contra Deus. Ao contrário, a verdade é que no enfrentar das situações realmente difíceis, nas quais é impossível manter qualquer grau de hipocrisia ou falsa piedade, a magnitude do caráter cristão maduro desponta com brilho ainda maior.

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