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Lição 11ª - O Evangelho do Reino no Império do Mal




Sinto-me muito alegre em poder escrever um comentário no blog que ajudei a criar. E maravilhoso ver o quanto ele cresceu (já estamos perto de passar das dez mil visualizações), glória ao nome do Senhor. Espero que esse comentário some-se aos outros, feitos por pessoas de extrema capacidade e até especialistas na matéria como o nosso irmão Flávio, e possoa abençoar em nome de Cristo quem o ler.



Escrito por Ezequiel Carvalho, professor da classe dos jovens.



O Evangelho do Reino no Império do Mal


Até hoje o Apocalipse é um livro que desperta controversas intransponíveis entre os sinceros cristãos. É verdadeiramente impressionante o fato de termos chegado ao terceiro milênio e mais de duas dezenas de séculos e mesmo assim não termos uma posição interpretativa única, ao menos próxima, daquilo que está escrito, fazendo com que até teólogos de renome tenham se esquivado de tecer qualquer tipo de comentário mais aprofundado sobre o assunto.


O posicionamento da revista, que também o é da nossa igreja é aquele que mescla dispencionalismo (a história da humanidade em dispensações distintas, história da Igreja e de Israel, como algo diferente) com a visão futurista (os fatos descritos representam aquilo que deve ocorrer certamente no futuro), com pré-tribulacionismo (crença de que Deus irá buscar a sua Igreja antes da Tribulação, conforme entendimento da profecia de Daniel, e dos 7 anos de Tribulação) e  ainda como o pré-milenismo (depois do Arrebatamento e da Tribulação, Cristo voltará e reinará no mundo por mil anos).


Essa disposição de ideias escatológicas não é nem de longe majoritária, como seus adeptos julgam ser, mas é a que também me pareceu mais crível, depois da formação bíblica que tive, embora a teologia reformada caminhe em direção bem contrária.


Pois bem, é cima disso que recai o comentário da nossa revista: “Apesar de sua truculência e soberba, o Anticristo não conseguirá emudecer a voz do Evangelho nem calar a voz dos mártires. Durante a Grande Tribulação, Deus levantará muitas vozes eloquentes e poderosas que não temerão proclamar-lhe a Palavra”.         


Como isso poderá ser possível? Por dois modos: Pela existência eterna da Palavra de Deus escrita (a Bíblia) e pelas “duas testemunhas”, como veremos a seguir.




A EXISTÊNCIA ETERNA DAS SAGRADAS ESCRITURAS




No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 
 (João 1.1).

E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus (Apocalipse 19.13).

Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido (Mateus 5.18).

Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre (I Pedro 1.23).


Temos nas Sagradas Escrituras testemunho límpido e inequívoco de que a palavra de Deus é tão eterna quanto Ele próprio, sendo responsável pela criação do mundo e existindo eternamente.


Tenho me posicionado fortemente contrário à ideologia que afirma que em determinados momentos no passado (“400 anos de silêncio”, período intertestamentário) ou no futuro, Deus se negará a falar com homem. Isso é totalmente falso e constitui-se uma aberração bíblica de quem repete as coisas sem uma visão crítica, os “papagaios teológicos” que lotam nossas igrejas.


A Bíblia sempre existirá. Não passa, não é revogada, nem entra em desuso. Deus está sempre pronto a conversar com o ser humano. Aquele que nem mesmo o seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? (Romanos 8.32). Deus tem preocupação com seus filhos. Foi Ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto (Salmos 100.3). Ele sabe que sem sua palavra estaríamos todos inapelavelmente perdidos, pois a fé vem pelo ouvir, e o ouvir a palavra de Deus (Romanos 10.17).


O pastor Claudionor de Andrade propõe debate interessante cotejando essa visão que temos em comum, com a passagem que afirma que o Espírito Santo será retirado para a manifestação do Anticristo (II Tessalonicenses 2.7).



Acredito que está claro que o texto não fala da inspiração bíblica sendo retirada no momento da Tribulação, mas apenas que Deus deixará de atuar no sentido de impedir que o Adversário impere realmente no mundo. Na manifestação daquele que operará segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira,  (II Tessalonicenses 2:9).


Para que ele opere é necessária à permissão de Deus e é nesse sentido que a Bíblia fala que o Espírito será retirado. Não que Ele realmente saia, mas que deixará de impedir a operação do Iníquo, por tempo determinado, abreviado para o não extermínio da humanidade.


Então não existe ao certo nenhuma contradição. Deus vela por sua palavra para a cumpri-la. Se em algum momento Deus deixasse de falar ao homem, ou sua palavra fosse invalidada, toda a humanidade estaria perdida.



AS DUAS TESTEMUNHAS




As duas testemunhas são a prova que o ministério profético existirá ainda quando houver a Tribulação. É bastante ingênua, até mesmo pueril, a pergunta: quem serão essas duas testemunhas, ou quem serão 144.000, assim como perguntar qual era o fruto que Adão comeu. Isso não é tão importante como entendermos o significado do texto


As duas testemunhas falam de todos os crentes que não tem medo de enfrentar o Império do Mal para obedecer a Bíblia. Essas testemunhas não sabemos que são, mas sabemos que muitos já deram testemunhas do Evangelho e ainda dão com o risco da própria vida.


O fim deste mundo está proximo. O juízo de Deus já foi lançado na cruz do Calvário. Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo (João 12.31). E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más (João 3.19). Assim como fizeram antes, vão festejar a morte das testemunhas, visto que odeiam a luz, pois suas obras são trevas e não desejam que isso seja manifestado na luz.


Mas a igreja de Cristo é triunfante. Ela se posicionou ao lado daquele que tem poder para derrotar o Iníquo apenas com o sopro de sua boca, pela palavra viva. A Igreja tem uma tarefa muito árdua, qual seja, proclamar o Evangelho num mundo hostil, a Igreja é mandada aos lobos, numa sociedade que tecnologicamente e moralmente está muito próxima de ceder ao Anticristo, mas sabemos que pertencemos não a esse mundo, mas ao Reino de Deus, por isso temos total ousadia para sermos testemunhas de Cristo.



Nem mesmo a morte, o diabo, poderá derrotar aqueles que estão com Cristo. Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.






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