ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO NOSSO IRMÃO FLÁVIO JOSÉ PROFESSOR DA CLASSE DOS IRMÃO
INTRODUÇÃO
Este comentário fala muito bem
como se encontra a igreja nos últimos dias, as sete igrejas da Ásia são exemplo
para os dias de hoje. Falar de amor é muito fácil a pratica dele é um problema
que muitos tem. Quando Jesus disse que devemos amar ao próximo como a se mesmo,
Ele mostra-nos como seria difícil cumprir este mandamento. Jesus começa por
chamar a atenção da igreja de Tiatira à sua filiação divina.
Apesar de ter se tornado
totalmente homem qualificado, portanto a tomar-nos o lugar, levando-nos os
pecados e a culpa sobre a cruz Ele permaneceu totalmente Deus. Ele esvaziou-se
de si mesmo e dos sinais externos de sua glória durante seu ministério na
terra, mas nunca deixou de possuir a natureza divina e seu poder. Em segundo
lugar, o filho do homem diz que seus olhos são como “chama de fogo”( Ap 1.14) “e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os olhos como
chamas de fogo”.
LOCALISAÇÃO
Historicamente, a cidade de
Tiatira era a menos notável dentre todas as sete cidades do apocalipse. Estava
situada nas fronteiras da Mísia e Lônia. Era circundada por muitos rios. Porém
eles eram cheios de sanguessuga. A cidade em si dava a impressão de “Fraca
tornada forte”. Foi construída por Seleuco um dos generais de Alexandre, em 280
a.C. Foi construída para ser uma cidade-sede de guarnição militar. Sua
indústria principal era de instrumentos de bronze e cobre. Fabricava também
tecidos, especialmente em vermelho e purpura.
SUAS OBRAS
Jesus conhecia todas as coisas
que os irmãos de Tiatira tinham a seu favor. Conhecia suas obras, por isso
evidente que o serviço que prestavam a Deus não era em nada inferior aos das
outras igrejas. Diferentemente da igreja de Éfeso, a igreja de Tiatira não havia
ainda perdido seu primeiro amor. Pelo contrário: aqueles irmãos mostram um tipo
de fidelidade, um amor leal, que era uma resposta e um reflexo do amor de Deus
demonstrado no Calvário.
Eles eram canais deste amor que é
o fruto básico do Espírito- o fruto que resume e representa todos os outros
frutos (Gl 5.22,23; 1Pe 1.5-7)”que,
mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes
para se revelar no ultimo tempo, em que vós grandemente vos alegrais, ainda que
agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com
varias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que ouro
que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na
revelação de Jesus Cristo.”
Eles haviam sido reconhecidos
pelo “serviço”. A mesma palavra grega (diakonia), também traduzida por
“ministério”, é usada para designar o ministério dos apóstolos, profetas,
diáconos e de outros líderes da igreja (At 1.17; 6;4; 20.24; 2 Co 4.1; 6.3; 1
Tm 1. 12). Esta palavra é usada ainda para o ministério dos dons do Espírito
(2Co 3.8). É usada de igual modo como ideia de ajuda, sustento e contribuição,
aos necessitados (At 6.1; 11.29), onde é traduzida por “socorro”.
Os cultos de adoração em Tiatira
devem ter trazido glória a Deus e edificação à congregação. Estes cristãos
devem ter tido também um coração voltado aos pobres, aos humilhados, ás viúvas,
aos órfãos e aos estrangeiros. Seu cristianismo era evidente no viver diário.
Sua “fé” também foi destacada. Não somente conservavam a fé em Deus e em sua
Palavra, como também manifestavam o dom da fé- desenvolviam a fé a e a
fidelidade como fruto do Espírito.
Vejamos estes versículos que
estão escritos no livro de Mateus 25.”porque
tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era
estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestiste-me; adoeci, e
visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então, os justos lhe
responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou
com sede e te demos de beber? E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos?
Ou nu e te vestimos? E, quando te vimos
enfermo ou na prisão e fomos ver-te? E, respondendo o rei, lhes dirá: Em
verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a
mim o fizestes.” Será que estamos com as mesmas praticas desta igreja?
Eram reconhecidos, de igual modo,
pela sua “paciência” que tem o sentido de constância, estabilidade e
perseverança no meio do labor e do sofrimento. Esta força de vontade era
parecida com a de Cristo; somente poderia vir através de uma comunhão constante
com o Espírito Santo. A presença de Jesus, no meio deles, deve ter sido uma
realidade constante. Além disto, seu trabalho ao Senhor havia crescido de forma
progressiva desde o inicio, suas ultimas obras são maiores que as primeiras. Havia uma devoção crescente
para com a pessoa de Jesus, e um crescimento continuo do serviço a Ele
prestado.
JEZABEL
Apesar de todas as coisas boas
que Jesus disse sobre a igreja em Tiatira, Ele tem, contudo outras contra ela.
O problema em Pérgamo parece ter se originado de pressões vindas de forças
pagãs de fora da igreja. Mas o problema em Tiatira foi iniciado e fomentado por
uma mulher apóstata, membro da igreja. No lugar de “aquela mulher”, alguns
antigos manuscritos trazem “sua mulher”, que poderia significar “sua esposa”,
ou seja: esposa do pastor. Qualquer que seja o caso, o pastor e a igreja
toleravam-na porque a consideravam profetisa. Jesus, entretanto, a chama de
Jazabel.
Na realidade, ela é pior do que a
Jezabel do antigo testamento, esposa do rei Acabe, que tentou substituir a
adoração ao Senhor, em Israel, pelo culto a Baal, buscando fazer deste um deus
nacional. Esta Jezabel, que se diz profetisa, colocava suas palavras e
ensinamentos acima dos de Cristo e dos apóstolos. Não somente ensinava que era
lícito, aos olhos de Deus, cometer adultério espiritual, participar das
adorações idolatras e imorais como também seduzia, com muita perspicácia, os
crentes que serviam ao Senhor, e que lhe eram fiéis.
Jesus já havia tratado com esta
Jezabel, e lhe dado um período de tempo para que se arrependesse. Mas ela não se arrependeu de sua
fornicação, o adultério moral e espiritual. Ela não mudou suas atitudes
básicas, e ainda ensinava que a mistura da verdadeira adoração com praticas e
adorações pagãs não constituíam qualquer pecado. No Antigo Testamento, Deus já
havia pronunciado severos julgamentos sobre aqueles que tentam adorá-lo
simultaneamente a outros deuses. A Idade das trevas surgiu porque a Igreja
degenerou-se ao aceitar ideias e praticas pagã. No início, os primeiros
cristãos recusaram-se a ter imagens nas igrejas, porém, ao imitarem os pagãos,
começaram a dar atenção a santuários e relíquias sagradas.
Os falsos profetas de hoje são
ainda piores, dão mais atenção a ideias e filosofias humanas do que a Palavra
de Deus. Torcem as Escrituras para que se encaixem em ideias meramente humanas
e falsos ensinos. Os semelhantes a Jezabel não se arrependem. Proclamam cada
vez alto suas profecias e ensinos devem ser considerados verdades
inquestionáveis em detrimento da Palavra de Deus.
CONCLUSÃO
Indubitavelmente esta falsa
profetisa Jezabel dizia estar dando à igreja um ensinamento profundo, o qual ela
e seus seguidores chamavam de profundezas das verdades divinas. Na realidade,
porém, essa mulher havia conduzido o povo às profundezas de satanás. Ou talvez
pregasse que seria necessário entrar no território do inimigo a fim de
derrota-lo. Talvez ainda ensinasse ter uma doutrina superior a de Jesus e a dos
apóstolos sobre satanás. Pode até haver alegado, de igual modo, que os demônios
e o próprio Satanás não são propriamente mentirosos, levando com isto muitos a
se desviarem.
O que aconteceu lá pode ser
importante aos nossos dias, onde vemos pessoas que se preocupam tanto em
repreender Satanás e a expulsar demônios, fazendo destas atividades o centro do
seu ministério. Jesus reconhece que nem todos na igreja de Tiatira haviam dado
ouvidos às falsas profecias e aos ensinos sedutores desta Jezabel. Por isto,
deixa uma palavra de conforto ao restante dos crentes, não imporá outra carga
ou responsabilidade sobre eles. Os que permaneciam fieis ao evangelho e a
Jesus, necessitavam, agora, reter firmemente o que possuíam de mais valor, a
sua fé.
AMÉM!
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