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Lição 10ª - O Ministério Profético em o Novo Testamento - parte 1

Amigos de antemão quero pedir desculpas a todos por está publicando essa postagem um pouco atrasado. Alguns compromissos e imprevistos do dia-a-dia me impediram de publicar antes. Também o comentário que fiz para essa lição é um pouco grande por isso demorei um tempo a mais, dessa forma também foi necessário dividir esse comentário em três partes para caber aqui. Essa é a primeira parte.



“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Deus, filho de Abraão.” (Mateus 1.1)


Nos últimos anos o estudo do Antigo Testamento tem se revelado promissor. O mercado editorial tem dado grande valor a obras relacionadas à teologia do Antigo Testamento e à história e religião judaica. No entanto quanto mais lemos os livros do Antigo Pacto mais sentimos falta de uma conclusão, de um desfecho final: o Novo Testamento.

Não que o Antigo Testamento não seja importante, ao contrário, essa parte da Bíblia é fundamental, mas é sempre uma parte que necessita ser completada. Diz o autor de Hebreus: (...) a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas (Hebreus 10.1).

Independente da forma, do tempo e do espaço de ministério, que cada profeta teve, todos, sem exceção, falaram a respeito da nossa salvação comum em Cristo e do tempo oportuno em que Deus revelaria o ministério antes oculto, a saber: da morte, ressureição e redenção universal dos que creem em Deus por Jesus de Nazaré.

O primeiro versículo do Novo Testamento deixa isso bastante claro. Todos os livros do Antigo Testamento e todos os seus personagens era como se abrissem passagem para quem chegaria após. Aquilo que se diz de João Batista (Malaquias 3.1: “eis que envio o meu mensageiro que prepará o caminho diante de mim” (...)), de certa forma, pode se dizer de todos os patriarcas e profetas.

Nesse sentido o apóstolo Pedro por inspiração divina diz: “Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados.” (Atos 10.43).

Chegado o tempo anunciado, o qual Paulo falou se referiu como “a plenitude do tempo” (Gálatas 4.4), João, o último profeta do antigo pacto, exclamou: Este é o de quem eu disse: O que vem depois de mim tem, contudo, a primazia, porquanto já existia antes de mim. Tendo ele a primazia e o domínio em sua mão, pois toda a autoridade lhe foi dada no céu e na terra, inaugurou um novo tempo.


Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele. Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. (Lucas 4.16-19)

Cristo divide a história em duas partes, antes e depois dele, e abre um novo e vivo caminho a Deus. Em Cristo há também uma modificação na maneira como os homens se comunicam com Deus e como Deus se comunica com homens (Hebreus 10.19-22); (Hebreus 1.1-2).

Dessa forma, a respeito do tema “profecia” na Bíblia após o advento de Cristo, surge algumas perguntas: Jesus pode ser considerado um profeta? Existe um ministério profético no Novo Testamento como havia no Antigo Testamento? Hoje, existe um ministério profético como houve no Antigo Testamento?

São essas perguntas que tentarei responder agora.


1. Jesus pode ser considerado um profeta?

Para que seja respondida essa questão com êxito é necessário que a princípio se conceitue o termo profeta para podermos posteriormente validar ou não essa caraterização da pessoa de Jesus. Se profeta for considerado aquele que fala em nome de Deus as palavras de Deus, Jesus então é o profeta por excelência.

Em uma conversa informal que Cristo que teve com Nicodemos quando este foi ter com ele à noite, Jesus falou que: “ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do homem”.

Todos os profetas que recebiam a mensagem de Deus no Antigo Pacto eram retransmissores, se é que podemos dizer isso, eles recebiam e transmitiam. Cada um usava uma maneira de falar que seria a mais eficaz naquele momento, nenhum profeta usou a mesma linguagem do outro, a maneira de um Isaías transmitir a mensagem de Deus era diferente da forma como Ezequiel transmitia, Ezequiel não se comunicava como Elias.

Todavia, Cristo disse: “(...) Quem me vê a mim vê o Pai (...). Não crês que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai que permanece em mim, faz as suas obras”. (João 14.9-10)

E contundentemente o autor de Hebreus diz: Ele [Jesus] (...) é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser [de Deus] (Hebreus 1.3). [E disse Jesus:] Eu e o Pai somos um (João 10.30).

Por ser Jesus o próprio Deus, não necessitava, para entregar a mensagem do Senhor, de dizer, como os profetas do Antigo Testamento diziam: “assim diz o Senhor”, precisava dizer apenas: “Eu vos digo”, pois no seu nome há a poder, louvado seja Seu nome, para todo o sempre!

É Jesus, portanto, um profeta? Sim e muito mais do que profeta, seu ministério é perfeito e ilimitado. Porquanto os profetas no Antigo Testamento tinham seu ministério limitado geograficamente, ora a Judá, ora Israel, e por algumas vezes as nações vizinhas. Contudo de Cristo se diz: A meus irmãos declararei o teu nome; cantar-te-ei louvores no meio da congregação (...). Lembrar-se-ão do SENHOR e a ele se converterão os confins da terra; perante ele se prostrarão todas as famílias das nações (Salmos 22.22,27).

Todos os profetas morreram, mas Jesus vive eternamente. E o nosso Senhor Jesus Cristo é muito mais digno de honra do que os outros profetas, pois nos revelou e nele fez cumprir o mistério que estava oculto desde a criação do mundo, mas que por meio dele foi revelado, nas palavras do apóstolo Paulo:

(...) o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória (Colossenses 1.26-27).

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