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Lição 10ª - Assembleia de Deus – 100 Anos de Pentecostes - 4ª PARTE

As Assembleias de Deus na atualidade em dados.


As Assembleias de Deus são atualmente a maior igreja evangélica do Brasil. Apenas para se ter uma ideia, a denominação supera, em número de membros, todas as igrejas históricas (ditas tradicionais) juntas.


As Assembleias de Deus possuem, segundo os últimos dados coletados, 8.418.140 membros e congregados, as igrejas históricas juntas não chegam a marca de seis milhões (5.729.923).



Uma análise das Assembleias de Deus na atualidade





O Brasil é o maior país pentecostal do mundo. Supera mesmo os EUA que possuem a maior massa de cristãos protestantes do planeta e também uma população bem maior do que a brasileira. Sendo dito o que a princípio foi falado sobre o pioneirismo das Assembleias de Deus e agora a sua população de membros e congregados, é desnecessário apontar a importância dessa denominação, tanto para o pentecostalismo como a propagação do Evangelho em nossa terra.


Mas desafios imensos ainda estão pela frente. Cito apenas alguns.


Devemos superar a mentalidade que as Assembleias de Deus no Brasil têm em relação ao seu compromisso apenas com a evangelização interna. É preciso, obviamente interiorizar a pregação do Evangelho em nosso país, fazer o sentido inverso do que a nossa igreja tem feito até agora. Sair dos grandes centros e ir para o sertão nordestino, por exemplo. Tenho certeza que se os nossos pioneiros estivessem ainda conosco seria esse o pensamento deles.


No entanto, pecamos em não compreender que Deus nos chama para pregar o Evangelho em países que ouviram muito escassamente a mensagem do Senhor. Como fez Gunnar Vingren e Daniel Berg em relação ao Brasil. Sei que tem havido um esforço grande em prol disso. Em Pernambuco nós vemos mais de perto mudanças nesse paradigma com a evangelização da Argentina, mas tudo é ainda muito tímido para uma igreja centenária.


Precisamos superar as brigas internas. Não podemos mais sair em rede pública e dizer que a nossa Convenção pratica uma “política baixa, suja e nojenta” e insinuar que as votações que acontecem para escolhas dos nossos líderes são indignas de confiança, como descreveu um pastor famoso de nossa igreja. Se eles ensinam que devemos respeitar os nossos líderes, deveriam eles dar o primeiro exemplo. Nossa igreja por ser de uma doutrina mais espiritualista tem uma grande sedução em atropelar autoridades.


A luta pelo poder e a falta de diálogo fez com que houvesse um sem número de convenções e ministérios criados apenas pela vontade de glória humana e ambição particular. A nossa igreja, e falo agora de todas as igrejas evangélicas, precisam urgentemente recuperar a identidade cristã que devíamos possuir, pelo vínculo da paz e da unidade num só Espírito.


Necessitamos entender como o saudoso pastor Joel Carlson que o trabalho do Senhor é duro e necessita que tenhamos força de coragem e determinação. Precisamos ser inundados de amor para com as pessoas a que evangelizamos. Não desejemos apenas as almas das pessoas. Devemos como Cristo se importar com os filhos de Deus, muitas vezes como a galinha que protege seus filhotes. Dar alimentos, vestir os que têm necessidades. Uma igreja que não tem um projeto social não pode ser considerada uma igreja genuinamente cristã. Uma igreja que está reclusa em quatro paredes já morreu e não sabe.


Quando diz o Senhor Jesus que as portas do Inferno não prevalecerão contra a Sua Igreja (Mateus 16.18), não está se referindo o Senhor a nenhuma denominação específica, mas a Sua Igreja universal. Uma denominação somente sobrevive se ela como disse Gamaliel for de Deus, se for dos homens, certamente será desfeita (Atos 5.38-39). Nenhuma congregação é automaticamente do Senhor, só o é enquanto for escutada a voz de Deus e nos compadecemos dos necessitados.


Necessitamos que de tempo em tempo parássemos um pouco para fazer uma reflexão teológica como a que deu origem a Carta de Campinas. Se infelizmente a nossa desunião for tão grande que uma carta da CGADB não tenha mais efeito vinculante, precisamos individualmente refletir. Parar de querer se emocionar o tempo todo de uma emoção vazia e botar a cabeça para funcionar para que Deus nos alimente com a certeza de que estejamos trilhando o caminho correto.


E quero encerrar com essa linha de pensamento. Todos nós estamos felizes porque Deus sustentou essa obra e confirmou as palavras ditas aos servos, Vingren e Berg. Temos, porém agora responsabilidade maior: dar prosseguimento a essa nesses próximos cem anos. Somente seremos bem-sucedidos se seguirmos o conselho dado a Josué pelo Senhor:


Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares (Josué 1.8-9).       

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