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Lição 13ª - Paulo Testifica de Cristo em Roma

Como algumas pessoas já sabem, há quase três semanas atrás o nosso irmão Manassés Almeida foi pai pela primeira vez. Ele está no corre-corre do trabalho como apresentador, locutor, dos novos projetos que estão surgindo e curtindo o filhão. Por isso ele não pôde escrever o comentário dessa lição e combinou com Flávio para que este fizesse o comentário em seu lugar, conforme o próprio Flávio contou-me.

Desejo do fundo do coração muito sucesso, saúde e alegria para Manassés, como meu amigo tem hoje. 


Então o comentarista dessa décima terceira lição, última dessa atual revista, é pela  décima segunda vez, o nosso irmão Flávio.



Escrito por Flávio José Pereira, professor da classe dos senhores



INTRODUÇÃO

Por vontade dos outros apóstolos, Paulo não deveria ir a Roma, mas o apóstolo era um homem de visão e sabia muito bem a vontade de Deus e não hesitou. Paulo se chamava também Saulo (Atos 13.9), nome hebraico derivado de "Saul", que significa "pedido". Nasceu em Tarso, na Cilícia, no ano 1 d.C. (Atos 21.39).

Era judeu por descendência e romano devido ao status de sua cidade natal no Império (Atos 16.37; 22.25-30). Paulo era seu nome romano, derivado do latim "Paulus", que significa "pequeno”. Sendo cidadão romano, Paulo tinha o direito de ser julgado em Roma. Foi então enviado para lá.

Afinal, convinha que chegasse à capital do Império e ali pregasse o evangelho (Atos 19.21; 23.11). Após uma viagem conturbada e um naufrágio, Paulo finalmente chega a Roma (Atos 27). Ali permanece preso em uma casa alugada por ele mesmo durante dois anos (Atos 28). Nesse tempo, pregou o evangelho a todos quantos se interessavam por ouvi-lo.


A PRISÃO

O “governador Félix” era o procurador romano da Judéia de 52 a 58 d.c. Chama nossa atenção (Atos 23.23 a 24.27), pois foi diante dele, em Cesárea, que Paulo enfrentou seu primeiro julgamento, por causa da fé cristã que o apóstolo defendia. Félix fora nomeado pelo imperador Cláudio e mais tarde foi chamado a Roma por Nero.

Esta provocação de Paulo começou em (Atos 21), quando voltava de Éfeso para Jerusalém. Logo foi acossado por alguns judeus procedentes da Ásia, que o acusaram de suscitar antagonismo contra o judaísmo.

Criou-se um tumulto, durante o qual o apóstolo foi capturado pela multidão, que ameaçava matá-lo (Atos 21.31). O destacamento romano na cidade interferiu e os soldados protegeram Paulo (Atos 22). Então narra como o apóstolo foi autorizado pelo comandante romano a dirigir-se a multidão e falar sobre a fé cristã.

O povo ouviu em silêncio até que ele mencionou sua missão de pregar o Evangelho aos gentios (Atos 22.22). Isso fazia parte da acusação contra ele, que estava pronto levar os “incircuncisos” para dentro do templo (Atos 21.28). A fim de protegê-lo, o comandante romano, chamado Cláudio Lísias (Atos 23.26), levou-o preso sob custódia.

Paulo apelou para sua cidadania romana, o que o protegeu de ser açoitado e também deu-lhe direito a uma proteção adicional, quando foi levado para ser julgado pelo Sinédrio (Atos 23). Depois dessa audiência, alguns judeus planejaram matar o apóstolo, quando fosse levado novamente diante do Supremo Tribunal. O comandante romano então decidiu enviá-lo para Cesárea, para ser julgado diante de Félix.

O sumo sacerdote e mais alguns judeus levaram suas acusações contra Paulo diante de Félix, o qual permitiu que ele fizesse sua própria defesa. O julgamento durou vários dias. A Bíblia diz que Félix “era bem informado do caminho” (Atos 24.22). Ele ouviu juntamente com sua esposa judia Drusila, enquanto o apóstolo falava da sua fé em Cristo “discorrendo ele sobre a justiça, o domínio próprio e juízo vindouro”.

Félix ficou “apavorado”, talvez devido à idéia do juízo vindouro. Retardou ao máximo o julgamento, na esperança de receber algum suborno para libertar Paulo (Atos 24.26). Esse menosprezo pela lei talvez fosse uma característica de Félix, mencionado tanto por Josefo como por Tácito, que o consideravam um governador abominável e extremamente cruel.

Manteve Paulo em algum tipo de prisão domiciliar por dois anos, embora aparentemente as condições de vida do apóstolo fossem bem favoráveis. Durante esse tempo, o apóstolo e Félix tiveram conversas regulares (Atos 24.26,27). Paulo ainda estava preso quando Félix foi substituído por Pórcio Festo (Atos 24.27). Esse tempo de prisão sob o governo de Félix aparentemente trouxe pouquíssimo beneficio na continuação do ministério de Paulo. Foi, entretanto, o primeiro estagio nos procedimentos legais que no final permitiriam que testemunhasse de Cristo na própria cidade de Roma.

Fica muito claro, nestes capítulos, que tudo isso era parte do plano de Deus (Atos 21.11; que diz “E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o varão de quem é esta sinta, e o entregarão nas mãos dos gentios”). 

Paulo não esperava muita compreensão do oficial romano, mas Agripa era diferente. Concluindo o seu argumento, perguntou: “Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês”. E Agripa respondeu: “Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!” Houve, por certo, grande dose de convicção nestas palavras, despertada pelo zelo e fé do apóstolo.

Pode, no entanto, ter sido um pouco de cortesia, para encerrar o assunto e parar o discurso de Paulo. Ou um pouco de ironia, também. Seja como for, Paulo continuou com sinceridade, zelo e cortesia: “Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias”. Havia um belo espírito de perdão nestas palavras. Nada de ressentimento contra judeus ou romanos. Paulo queria repartir sua fé, não às perseguições. Paulo estava persuadindo um homem poderoso a se converter ao Evangelho.


A MISSÃO

Paulo escreveu em Roma a fim de preparar o caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma e na sua missão prevista para a Espanha. Seu propósito era duplo. Segundo parece, os romanos tinham ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da teologia de Paulo, daí ele achar necessário registrar por escrito o evangelho que já pregava há vinte e cinco anos.

Queria corrigir certos problemas da igreja, causados por atitudes erradas dos judeus para com os gentios, e dos gentios para com os judeus. Aqui não há conflito no pensamento de Paulo com o antagonismo que demonstrou para com a circuncisão em sua carta aos Gálatas. Um judeu ser circuncidado para alcançar melhor seu próprio povo era uma coisa, mas obrigar os gentios a se circuncidar com base num entendimento equivocado de que precisavam ser “judeus” para receber a salvação era outra coisa bem diferente!


CONCLUSÃO

Certamente Paulo foi o maior mestre da fé cristã depois do próprio Senhor Jesus Cristo. Chamado e dirigido pelo Espírito Santo para proclamar o evangelho aos gentios, esse grande teólogo expôs as profundidades da fé cristã de uma maneira que se mostra fundamental para a igreja de Jesus através dos séculos. Seu total compromisso com o Evangelho do Cristo crucificado permanece como um exemplo para todos os crentes de todas as épocas.

Seu desejo de preservar a verdade contra todas as heresias ou qualquer coisa que tentasse desfazer o direito à salvação somente pela graça brilha através de todos os seus escritos. Seu profundo zelo pela aplicação da verdade do Evangelho na vida do crente levou-o a escrever páginas sobre como deve viver o autentico cristianismo no meio de uma sociedade pagã. Tudo isso só seria alcançado por meio do Espírito Santo, que vive no interior do crente para realizar os propósitos do Pai.

Seu profundo amor pelos irmãos da fé e a maneira como sofria e entristecia-se com os pecados e sofrimentos deles são vistos não somente no modo como escreveu sobre os crentes, ou seja, com grande carinho e encorajamento, mas também em suas repetidas referencias as orações que fazia por eles.

Sua profunda convicção de que todos pecaram e estão debaixo do julgamento de Deus e sua preocupação para que homens e mulheres ao redor do mundo encontrassem a salvação de que precisavam tão desesperadamente levaram Paulo a responder ao chamado para pregar o Evangelho aos gentios. Para o apóstolo, Cristo era a única resposta. Ele era o foco e o poder da vida de Paulo e, acima de tudo, aquele que morreu para que ele recebesse o perdão e encontrasse a justificação e a vida eterna no último dia.

Encerrou a sua careira com muito jubilo por ter alcançado a sua vitoria “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” As últimas palavras bíblicas sobre a vida do apóstolo Paulo encontram-se em Atos 28 e II Timóteo 4.6-8.



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