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Lição 10ª - O Evangelho propaga-se entre os gentios

Mais uma vez estamos contando com o comentário do nosso irmão Flávio. Espero que vocês sejam edificados.


Escrito por Flávio José Pereira, professor da classe dos senhores




INTRODUÇÃO


Por decisão do Concílio realizado em Jerusalém, a Igreja ficou com liberdade para iniciar uma obra de maior vulto, destinada a levar todas as raças e de todas as nações ao Reino de Jesus Cristo.


Supunha-se que os judeus, membros da Igreja, continuassem observando a lei judaica, muito embora as regras fossem interpretadas de forma ampla por alguns líderes, como Paulo.


Contudo, os gentios podiam pertencer à grei cristã mediante a fé em Cristo e uma vida justa, sem se submeterem às exigências da lei mosaica. O campo de atividades da Igreja alcançava todo o Império Romano, que incluía todas as províncias nas margens do mar Mediterrâneo e alguns países além de suas fronteiras, especialmente a leste. Nessa época, o número de membros de origem gentia continuava a crescer dentro da comunidade, enquanto o de judeus diminuía.


À medida que o evangelho ganhava adeptos no mundo pagão, os judeus afastavam-se dele, e crescia cada vez mais o seu ódio contra o cristianismo. Em quase todos os lugares onde se manifestaram perseguições contra os cristãos, nesse período, elas eram instigadas pelos judeus.


Como o próprio Jesus falou em Mateus 8.10,11: “E maravilhou-se Jesus, ouvido isto e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus;” se referia a nós que cremos no seu sacrifício. Mostrando que viria a todos quantos creriam.



OS GENTIOS DESDE A CRIAÇÃO


Gênesis 1.26-28 narra a respeito da criação dos seres humanos oferecendo os pormenores mais específicos a respeito dessa criação e do seu meio-ambiente. Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de Deus, não um produto da evolução (Mateus 19.4; Marcos 10.6).


O homem e a mulher, igualmente, criados à imagem e semelhança de Deus, podiam comunicar-se com e ter comunhão com Ele expressando de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o que era certo: “E vos revistais do novo homem que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Efésios 4.24).


Ao desviarem-se da vontade de Deus para suas vidas, sua semelhança moral com Deus foi desvirtuada (Gênesis 6.5). Nos dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava no ser humano na concupiscência carnal e pela violência (Gênesis 6.2,11,12). Deus se revela, já nestes primeiros capítulos da Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e que é passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado e a rebelião da humanidade.


Quando se fala sobre o ‘arrependimento de Deus’, isso significa que, por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para com as pessoas; sua atitude de misericórdia e de longanimidade passou à atitude de juízo. A existência de Deus, o seu caráter e seus eternos propósitos traçados, permanecem imutáveis (I Samuel 15.29; Tiago 1.17), porém, Ele pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste.


Deus altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas agem diante da sua vontade (Êxodo 32.14; II Samuel 24.16; Jeremias 18.7-10; 26.3,13,19; Ezequiel 18.4-28; Jonas 3.8-10). O dilúvio foi o castigo divino universal sobre um mundo corrompido, ímpio e impenitente. Pedro refere-se a esse evento histórico para relembrar a seus leitores que Deus outra vez julgará o mundo inteiro no fim dos tempos, mas agora por fogo (II Pedro 3.10).


Tal julgamento resultou no derramamento da ira de Deus sobre a humanidade ímpia, como nunca houve antes na história. Há um intenso clamor de Deus aos crentes – assim como Ele fez com Noé na antiguidade – para avisarem e instar com os homens para que se arrependam dos seus pecados, e se voltem para Deus por meio de Cristo, e assim A exclusividade dos descendentes de Abraão (Gênesis 15.5,6).


A escolha do povo judeu tinha um fim, que era servir de luz para os gentios (Isaías 49.1-6). Os gentios também estavam incluídos na promessa (Isaías 2.2-4; Amós 9.12; Zacarias 9.7). A chamada de Abrão conforme a narrativa de Gênesis 12 dá início a um novo capítulo na revelação do AT sobre o propósito divino de redimir e salvar a raça humana.


A intenção de Deus era que houvesse um homem que o conhecesse e o servisse e guardasse os seus caminhos. De vital importância na chamada de Abrão foi o propósito de Deus para que ele fosse um líder espiritual em casa e ensinasse a seus filhos o caminho do Senhor.


Dessa família surgiria uma nação escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias doutras nações, para fazerem a vontade de Deus. Dessa nação viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher (ver [Gênesis] 3.15; Gálatas 3.8, 16, 18).


A eleição dos filhos de Abraão como o povo de Deus fez de Israel a possessão preciosa do próprio Deus (Deuteronômio 4.10; Amós 3.2; 9.7). Essa eleição trouxe certo orgulho aos israelitas os quais passaram a chamar as demais nações pelo termo pejorativo ‘gôyim’. [O termo ‘gentio’ deriva do termo Latim ‘gens’ (significando ‘clã’ ou um ‘grupo de famílias’) e é muitas vezes usado no plural. Os tradutores bíblicos usaram esta palavra para designar coletivamente os povos e nações distintos do povo Israelita. De acordo com a linguagem do Novo Testamento, ao termo ‘gentio’ se contrapõe ‘judeu’; ou seja, todos os que não eram judeus na época de Jesus e nos tempos apostólicos eram considerados gentios (Isaías 49.6; Romanos 2.14; 3.29)].



OS GENTIOS DO NOVO TESTAMENTO


O poder transformador da cruz faz surgir uma nova humanidade na qual ‘não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus’ (Gálatas 3.28,29). As boas-novas são que embora possa haver diferenças entre pessoas, gêneros, culturas, raças e nações, o propósito divino final é de levar todos os seres criados à unidade ‘em Cristo’ (Efésios 1.10).


Todas essas distinções, embora reais, são substituídas pela unidade que temos em Jesus nos Evangelhos. O Messias foi enviado para levar a todas as nações os padrões da justiça divina, bem como os divinos princípios da verdade – Sua obra era de natureza missionária. Esta obra do Messias incluiu o concerto da salvação, para judeus e gentios igualmente.


Esse novo concerto seria instituído pela morte do Messias (Jeremias 31.31-34; Hebreus 8.6-13; 9.15). Nos Atos dos Apóstolos por três vezes Pedro recebeu visões de animais ritualmente impuros, e, em cada visão, uma voz celeste insistia para que ele os comesse, violando suas convicções judaicas. Essa tríplice visão tinha a intenção de mostrar a Pedro que Deus não faz acepção de pessoas e que ele deveria acompanhar prontamente os estranhos ao andar de baixo, para a residência de seu mestre gentio. Provavelmente Pedro não teria visitado a casa de Cornélio se Deus não tivesse se dirigi do à Missão e salvação entre os gentios.


Hoje, a humanidade está dividida em três grupos: judeus, gentios e Igreja (I Coríntios 10.32). A salvação dos gentios estava no plano estabelecido por Deus. Portanto, não foi uma improvisação de última hora feita por Jesus e seus apóstolos. A mensagem de Gênesis 12.3: ‘Em ti serão benditas todas as famílias da terra’ era a promessa de Deus para salvar os povos (Gálatas 3.8), Isso está ainda mais claro no livro de Isaías: ‘As ilhas aguardarão a sua doutrina’ (42.4). Ou: ‘E, no seu nome, os gentios esperarão’, conforme a Septuaginta citada em Mateus 12.21.


Isso também é visto em Oséias 1.10; 2.23, citado por Paulo em Romanos 9.25,26. Cornélio foi o primeiro gentio a se converter a Cristo, foi nesse episódio que Pedro entendeu que o evangelho era para todas as nações e não apenas para os judeus.



CONCLUSÃO


Vamos nos unir no propósito de Deus em alcançar a todos os povos, nações e línguas com a palavra da verdade [para] que possamos nos unir em orações e súplicas por todos os santos da terra, para que tenham um propósito em seus corações com relação à salvação dos homens da terra: procurar pregar a palavra com o poder do Espírito Santo como foi pregado nos primeiros dias da igreja na terra.


 
 
 
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